tag:blogger.com,1999:blog-21073954505069396782024-02-07T11:45:37.201-03:00NUEC Núcleo Universitário de Estudos CatólicosNUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.comBlogger90125tag:blogger.com,1999:blog-2107395450506939678.post-68060703875293951052011-01-18T16:51:00.007-02:002011-03-01T08:04:17.242-03:00DE VOLTA!<span class="Apple-style-span" >Com o início do ano letivo de 2011, retomamos nossas atividades a partir da terça-feira, dia 15 de março, às 18.30hs, no Pátio interno da FAFICH, junto ao busto de Kant.</span><div><span class="Apple-style-span" ><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" >Para mais informaçoes, entre em contato:</span></div><div><span class="Apple-style-span" ><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" ><b>nuec@centroschuman.org</b></span></div>NUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2107395450506939678.post-56772451564491993412010-09-23T20:33:00.006-03:002010-09-23T21:18:02.881-03:00Pórtico: A hora do Voto<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUaV9vrUP_T4BWqXNy5WlVohrOyvobLF3cjYkw_rqwG36y_RKB5j9lw8JpFBEgAKcpHIIqcti8Bm9QasSqRMAbDBbT5JeeCdTdunvzE81fZmhP8bkmhFmXtvRcWjRjQ0W7nwwB-2K6Jc8/s1600/Election+day+-+Hope+and+the+oppressors,+David+Castle,+2008,+cole%C3%A7%C3%A3o+particular,+Denver.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 391px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUaV9vrUP_T4BWqXNy5WlVohrOyvobLF3cjYkw_rqwG36y_RKB5j9lw8JpFBEgAKcpHIIqcti8Bm9QasSqRMAbDBbT5JeeCdTdunvzE81fZmhP8bkmhFmXtvRcWjRjQ0W7nwwB-2K6Jc8/s400/Election+day+-+Hope+and+the+oppressors,+David+Castle,+2008,+cole%C3%A7%C3%A3o+particular,+Denver.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5520267100433787810" /></a><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;">No próximo domingo, dia 3 de outubro, haverá eleições federais no país. O panorama é desolador; qualquer um dos candidatos com possibilidades reais de ganhar representam uma ameaça aos diretos fundamentais derivados da ordem natural. Tanto Dilma Rousseff quanto José Serra são favoráveis, na prática, à implantação da agenda global de políticas públicas que pretendem desmontar o estatuto humano embrião, vulnerar a salvaguarda dos direitos do nascituro, e reformular a constituição da família, para já não ser mais compreendida só a partir do matrimônio como união indissolúvel e complementar entre um homem e uma mulher. Porém, com um eventual governo de Serra há alguma possibilidade maior de neutralizar tais tentativas; com um governo de Dilma, todavia, a margem de atuação será limitadíssima, devido ao projeto autoritário que ela representa e ao seu histórico político-revolucionário.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É verdade que no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva o Brasil desenvolveu-se positivamente no âmbito econômico e, apesar da forte crise financeira internacional, hoje ocupa um lugar de destaque entre os chamados países emergentes. Mas o governo do Partido dos Trabalhadores deve ser avaliado de forma integral. Houve uma forte regressão na transição democrática que o país vem experimentando desde o fim dos governos militares. Houve um retrocesso na luta contra a corrupção, na promoção e proteção da vida e da família, nas garantias à liberdade de imprensa e expressão; a Bolsa Família foi operada sem montar as devidas janelas de saída, tornando-se mecanismo de controle eleitoral; o Estado terminou quase que aparelhado pelo partido que está no poder e, por falta de vontade política, não houve nem a reforma política, nem a reforma fiscal.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Diante dessa situação e da próxima conjuntura eleitoral, apresentamos neste número alguns textos do Magistério que podem ajudar a orientar o próprio voto, incluindo uma pequena explanação sobre a doutrina do mal menor, que bem poderá ser usada por muitos no primeiro domingo de outubro. Damos destaque, na íntegra, a quatro pronunciamentos corajosos que quebram o incompreensível silêncio que vem caracterizando muitos dos nossos pastores: são textos do Regional Sul 1 da CNBB, de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, Bispo de Guarulhos, em São Paulo; Dom Antonio Carlos Rossi Keller, Bispo de Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul; e de Dom Miguel Ângelo Freitas Ribeiro, Bispo de Oliveira, em Minas Gerais. Também lhes oferecemos dois artigos, um sobre os critérios que deveriam orientar o voto dos católicos, do sacerdote espanhol Fernando Pascual, docente de filosofia e Bioética no Ateneu Pontificio Regina Apostolorum, em Roma; e outro de tom mais jornalístico, do leigo e teólogo americano George Weigel, onde - no contexto da eleição presidencial norte-americana que levou Barack Obama ao poder- responde na revista <i>Newsweek </i>se um católico pode licitamente apoiar um político favorável ao aborto. Na arte, pinturas do estadunidense David Castle (a que abre este Pórtico leva por titulo <i>Election day: Hope and the oppressors</i>, de 2008). </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Finalmente, nesta semana queremos encorajar aos católicos a participar, a não deixar de votar apesar de não ter as opções ideais, a exercer o sufrágio com responsabilidade. Votar é um ato moral. Convidamos todos a fazer o possível para levar para o segundo turno esta eleição, sabendo que, depois, seja qual for o resultado eleitoral, deveremos trabalhar para restaurar a fibra moral da Terra da Santa Cruz.</div><div style="text-align: right;"> </div><div style="text-align: left;">Boa Leitura.</div><div style="text-align: right;"> </div><div style="text-align: right;"><br /></div><div style="text-align: right;">OS EDITORES.</div></div>NUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2107395450506939678.post-23333803233145392992010-09-23T12:36:00.006-03:002010-09-23T21:20:10.299-03:00Existe o voto católico?<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaNGv_RiNZFcHa_1TSpov0ctdvdodFtOeS46TUUsvMuEXSX4UFLN-JjKt30VX1ucghOeZbforZ3hfIic14rByNTIY8COptPHDp8zJ2LNsXn7SHOMtND2vIkij1ctN1VeCzIAYsHonHV18/s1600/Divided+we+are,+David+Castle,+2008,+cole%C3%A7%C3%A3o+particular,+Denver.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 318px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaNGv_RiNZFcHa_1TSpov0ctdvdodFtOeS46TUUsvMuEXSX4UFLN-JjKt30VX1ucghOeZbforZ3hfIic14rByNTIY8COptPHDp8zJ2LNsXn7SHOMtND2vIkij1ctN1VeCzIAYsHonHV18/s320/Divided+we+are,+David+Castle,+2008,+cole%C3%A7%C3%A3o+particular,+Denver.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5520268205287632962" /></a><div style="text-align: justify;">Existe o voto católico? A pergunta pode ser respondida em diversos níveis. Queremos agora nos fixar em dois deles. No primeiro nível, o sociológico, a resposta é relativamente simples: se, por "voto católico" se entende o sufrágio que os católicos efetuam nas urnas durante as eleições, é claro que existe o "voto católico", entendido como o "voto dos católicos", porque muitos católicos votam ali onde vivem, como votam também muitas pessoas que pertencem a outras religiões ou crenças.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Porém, com esta primeira resposta, quem sabe se dilui o ser católico como um dado marginal que não tem especial importância na hora de dar o voto. Isso porque, os votantes, segundo alguns, participam nas eleições simplesmente como cidadãos, não como católicos ou como muçulmanos ou como protestantes, ainda que sociologicamente possamos dizer que votaram católicos, mulçumanos e protestantes.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Por isso, podemos buscar uma segunda resposta num nível mais profundo: o "voto católico" consistiria num modo de valorizar e decidir sobre as diferentes possibilidades eleitorais segundo a visão que nasce a partir da própria fé católica. Esta segunda resposta nos joga numa nova pergunta: Existe no Cristianismo, na Igreja Católica, uma doutrina que tenha conseqüências sociais, políticas, eleitorais?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Se voltamos à primeira resposta, constataremos, com certa perplexidade, que, no passado e no presente, infelizmente alguns católicos deram seu voto a propostas políticas muito diferentes entre si, inclusive algumas gravemente imorais. Por exemplo: na Alemanha, houve católicos que ofereceram seus votos a um partido claramente anticatólico, o Partido Nacional Socialista Operário Alemão. Em outros países, houve e há católicos que votaram em partidos políticos que promovem o ódio de classes, como no Comunismo, ou que defendem o aborto, ou que estão a favor de um capitalismo selvagem que esmaga os direitos dos trabalhadores, ou que se caracterizam por uma mentalidade belicosa que gera guerras injustas e sumamente daninhas, ou que faltam gravemente ao respeito que merece a liberdade religiosa e de consciência, ou que fomentam a destruição da família.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Diante desta situação, nos damos conta de que o voto católico não pode ser visto simplesmente em chave sociológica, senão que a identidade própria da fé cristã deve se fazer visível e ter conseqüências práticas nas eleições políticas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Um católico que vote realmente como católico, por exemplo, tem que deixar de lado os partidos que defendem o aborto e apoiar os partidos promotores dos direitos dos nascituros. Um católico que vote como católico estará contra qualquer partido racista ou classista, e escolherá partidos que defendem a igual dignidade de todos os seres humanos. Um católico que vote como católico promoverá as opções e os candidatos que favorecem a paz nacional e internacional e excluirá de seu voto qualquer partido político que promova guerras e agressões injustas dentro ou fora de suas fronteiras.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Causa uma profunda dor descobrir que muitos católicos não chegam a compreender o nexo que existe entre sua fé, com todas as riquezas que contém, e seu modo de participar da vida política. Às vezes, isto ocorre porque existe muito pouca formação e o batizado se deixa levar por uma propaganda ou por idéias dominantes. Outras vezes, se dá uma autêntica prostituição da consciência pela qual se chega a ver como bom algo intrinsecamente mau e injusto. Outras vezes, existe uma atitude covarde quando alguém é chamado a defender as próprias convicções e prefere optar pelo que parece conveniente, ou politicamente correto, sem se fixar nos princípios básicos que todo católico deveria defender na vida social.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Frente a esta situação, é urgente uma esmerada preparação dos católicos que lhes permita participar na vida política com idéias claras e com convicções fortes. Não podemos ver com indiferença o fato de que existem países onde a maioria da população é católica e, ao mesmo tempo, governados por partidos políticos que promovem o aborto, que atacam a família, que não garantem os direitos trabalhistas, que aprovam leis que fomentam a imoralidade pública. Existem, para os católicos, uma série de princípios irrenunciáveis a partir dos quais podem julgar os partidos políticos. Aqueles partidos ou candidatos que não respeitam nem defendem esses princípios não podem ser votados pelos católicos. Aqueles partidos ou candidatos que, sim, os promovem e garantem, podem ser escolhidos pelos católicos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quais são esses princípios? Podemos resumi-los, a partir de um documento importante da Igreja, a Nota doutrinal sobre algumas questões relativas ao compromisso e conduta dos católicos na vida pública, da Congregação para a Doutrina da Fé, publicada 24 de novembro de 2002. [Tomando o número 4 do documento, os seguintes pontos devem ser considerados exigências éticas fundamentais e irrenunciáveis:]</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">1. O respeito à vida, também dos embriões humanos, e a clara oposição ao aborto e à eutanásia.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">2. A tutela e a promoção da família, fundada no matrimônio monogâmico entre pessoas de sexo oposto e protegida em sua unidade e estabilidade, frente às leis modernas sobre o divórcio.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">3. A liberdade dos pais na educação de seus filhos é um direito inalienável, reconhecido nas Declarações Internacionais dos Direitos Humanos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">4. A tutela social dos menores" e a libertação das vitimas das modernas formas de escravidão, pense-se, por exemplo, na droga e na exploração da prostituição.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">5. O direito à liberdade religiosa e de consciência.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">6. O desenvolvimento de uma economia que esteja a serviço da pessoa e do bem comum, respeitando o direito à propriedade e deveres para com a justiça social, o princípio de solidariedade humana e de subsidiariedade.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">7. O tema da paz, que é obra da justiça e da caridade, e que exige a recusa radical e absoluta da violência e o terrorismo, e requer um compromisso constante e vigilante por parte dos que têm a responsabilidade política.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O "voto católico" será, portanto, verdadeiramente católico se sabe respeitar estes setes pontos básicos para a vida social, que valem não somente para os católicos, mas para todos os homens e mulheres que fazem parte de um Estado. São pontos segundo diz a Nota doutrinal antes citada, que "não admitem derrogações, exceções ou compromisso algum". Isto é, são pontos não negociáveis, sobre os quais um verdadeiro católico não pode ceder na hora de por seu voto numa urna. A fé, temos de ter isso presente, ilumina e permite viver mais a fundo a justiça.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Um católico, nesse sentido, se sente chamado a construir um mundo que esteja de acordo com a verdade sobre o homem e sobre a sociedade, que respeite seriamente os direitos humanos. Por isso, seu voto será responsável: excluirá qualquer opção e partido que vá contra os princípios que acabamos de recordar, e escolherá e promoverá aquelas opções e aqueles partidos que defendam programas nos quais sejam respeitados os pontos não negociáveis e ofereçam garantias administrativas, legais e jurídicas para a tutela dos mesmos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;">Dr. Pbro. Fernando Pascual, é docente de filosofía e bioética no Ateneu Pontifício Regina Apostolorum, em Roma.</div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="color:#999999;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">*</span></span></div><span class="Apple-style-span" style="color:#999999;"><div style="text-align: right;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Divided we are</span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">, pintura de David Castle, 2008, coleção particular, Denver.</span></div></span>NUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2107395450506939678.post-78256898959006608302010-09-23T12:12:00.008-03:002010-09-23T21:00:35.903-03:00A voz da Igreja: O voto e a consciência cristã<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirIvqkqYk4y9E-UA8FOWmdkc_PwGHHM_vuHApR5GsPJMN_DxO1mgg7_3Yrgc6p_9ILGjuJtLg_cyRppZLphKaBrv6BB6seOTwC_vU-VV5WD_ZZ_MGd66zMPPEtIVUDE9iJlYj_eGCDLG0/s1600/Jewels-9,+David+Castle,+2009,+cole%C3%A7%C3%A3o+particular,+Denver.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirIvqkqYk4y9E-UA8FOWmdkc_PwGHHM_vuHApR5GsPJMN_DxO1mgg7_3Yrgc6p_9ILGjuJtLg_cyRppZLphKaBrv6BB6seOTwC_vU-VV5WD_ZZ_MGd66zMPPEtIVUDE9iJlYj_eGCDLG0/s200/Jewels-9,+David+Castle,+2009,+cole%C3%A7%C3%A3o+particular,+Denver.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5520262695978485154" /></a><div style="text-align: justify;"><b>1. DEMOCRACIA.</b> A Igreja encara com simpatia o sistema da democracia, enquanto assegura a participação dos cidadãos nas opções políticas e garante aos governados a possibilidade quer de escolher e controlar os próprios governantes, quer de os substituir pacificamente, quando tal se torne oportuno; ela não pode, portanto, favorecer a formação de grupos restritos de dirigentes, que usurpam o poder do Estado a favor dos seus interesses particulares ou dos objetivos ideológicos. Uma autêntica democracia só é possível num Estado de direito e sobre a base de uma reta concepção da pessoa humana. Aquela exige que se verifiquem as condições necessárias à promoção quer dos indivíduos através da educação e da formação nos verdadeiros ideais mediante a criação de estruturas de participação e co-responsabilidade. Hoje tende-se a afirmar que o agnosticismo e o relativismo cético constituem a filosofia e o comportamento fundamental mais idôneo às formas políticas democráticas, e que todos quantos estão convencidos de conhecer a verdade e firmemente aderem a ela não são dignos de confiança do ponto de vista democrático, porque não aceitam que a verdade seja determinada pela maioria ou seja variável segundo os diversos equilíbrios políticos. A este propósito, é necessário notar que, se não existe nenhuma verdade última que guie e oriente a ação política, então as idéias e as convicções podem ser facilmente instrumentalizadas para fins de poder. Uma democracia sem valores converte-se facilmente num totalitarismo aberto ou dissimulado, como a história demonstra.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;">Papa João Paulo II, <i>Carta Encíclica Centesimus Annus</i>, no. 46,</div><div style="text-align: right;">Roma, 1 de maio de 1991.</div><div style="text-align: right;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>2. POLÍTICA E IDEOLOGIA.</b> [O católico que participa da ação política], concebida como serviço, não pode, sem se contradizer a si mesmo, aderir a sistemas ideológicos ou políticos que se oponham radicalmente, ou então nos pontos essenciais, à sua mesma fé e à sua concepção do homem: nem à ideologia marxista, nem à ideologia liberal.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;">Papa Paulo VI, <i>Carta Encíclica Octagesima adveniens</i>, no. 26,</div><div style="text-align: right;">Roma, 14 de Maio de 1971.</div><div style="text-align: right;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>3. VOTO E CONSCIÊNCIA.</b> A consciência cristã bem formada não permite a ninguém favorecer, com o próprio voto, a atuação de um programa político ou de uma só lei, onde os conteúdos fundamentais da fé e da moral sejam subvertidos com a apresentação de propostas alternativas ou contrárias aos mesmos. Já que as verdades de fé constituem uma unidade inseparável, não é lógico o isolamento de um só dos conteúdos da fé em detrimento da totalidade da doutrina católica [...] Quando a ação política tem a ver com princípios morais que não aceitam derrogações, excepções ou compromisso algum, é quando o empenho dos católicos se torna mais evidente e carregado de responsabilidade. Diante destas exigências éticas fundamentais e irrenunciáveis, os crentes devem saber que esta em jogo a essência da ordem moral.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;">Congregação para a Doutrina da Fé, <i>Nota Doutrinal sobre algumas questões relativas à participação dos católicos na vida política</i>, no. 4,</div><div style="text-align: right;">Roma, 24 de novembro de 2002.</div><div style="text-align: right;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>4. O DIREITO DE PARTICIPAÇÃO.</b> Cada cidadão tem o direito de participar na vida da própria comunidade [...] este direito torna-se vão quando o processo democrático fica desprovido da sua eficácia por causa de favoritismos e de fenômenos de corrupção, que não só impedem a legítima participação na gestão do poder, mas dificultam também o acesso equitativo de todos aos bens e serviços comuns. Chega-se a manipular as eleições, para assegurar a vitória de certos partidos ou indivíduos. Trata-se duma afronta à democracia com sérias consequências, já que os cidadãos têm não só o direito, mas também a responsabilidade de participar: quando ficam impedidos de o fazer, perdem a esperança de poderem intervir eficazmente e deixam-se cair num comportamento de passivo desinteressamento. E assim torna-se praticamente impossível o desenvolvimento de um perfeito sistema democrático.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;">Papa João Paulo II, <i>Mensagem do Dia Mundial da Paz</i>, No. 6,</div><div style="text-align: right;">Roma, 1 de janeiro de 1999.</div><div style="text-align: right;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>5. POVO E MASSA.</b> Povo e multidão amorfa ou, como se diz, "massa" são dois conceitos divergentes. O povo vive e move-se com vida própria; já massa é inerte, e só pode se movimentar desde fora. O povo vive da plenitude da vida dos cidadãos, cada qual — no próprio lugar e a sua maneira — é pessoa consciente de suas próprias responsabilidades e convicções. A massa, pelo contrario, é fácil brinquedo nas mãos de qualquer um [...] nas mãos ambiciosas de um só, ou de muitos, pode o próprio Estado, com o apoio da massa [...] impor seu arbítrio à parte melhor do verdadeiro povo [...] ela é inimiga capital da verdadeira democracia e de seu ideal de liberdade y de igualdade.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;">Papa Pio XII, <i>Radiomensagem Benignitas et humanitas</i>, No. 16,</div><div style="text-align: right;">Roma, 24 de dezembro de 1944.</div><div style="text-align: right;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>6. VOTO RESPONSÁVEL.</b> O voto depositado na urna exige dos eleitores um compromisso... São convidados a acompanhar os eleitos no cumprimento de sua missão e a valorizar os que atuam com critérios éticos... Propomos critérios para a votação: comportamento ético dos candidatos e defesa da vida, da família e da liberdade de iniciativa no campo da educação, da saúde e da ação social, em parceria com as organizações comunitárias. Consideramos qualidades imprescindíveis para os candidatos: honestidade, competência, transparência, vontade de servir ao bem comum, comprovada por seu histórico de vida.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;">Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil, <i>Declaração eleições 2008</i>,</div><div style="text-align: right;">Itaicí, 9 de Abril de 2008.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>7. VOTO ÉTICO.</b> Incentivamos a que todos participem e expressem, através do voto ético, esclarecido e consciente, a sua cidadania nas próximas eleições, superando possíveis desencantos com a política, procurando eleger pessoas comprometidas com o respeito incondicional à vida, à família, à liberdade religiosa e à dignidade humana. Em particular, encorajamos os leigos e as leigas da nossa Igreja a que assumam ativamente seu papel de cidadãos colaborando na construção de um País melhor para todos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;">Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil, <i>Declaração sobre o momento político nacional</i>,</div><div style="text-align: right;">Brasília, 11 de maio de 2010.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>8. PRESBÍTEROS E CANDIDATURAS.</b> Os padres participam de um corpo eclesial que exige comunhão e pertença a um presbitério, ao qual devem ouvir, evitando as decisões de cunho estritamente pessoais. O Código de Direito Canônico não apresenta dúvidas: “os clérigos são proibidos de assumir cargos públicos que implicam participação no exercício do poder civil” (c. 285 § 3º). E ainda: “Não tenham parte ativa nos partidos políticos e na direção de associações sindicais, a não ser que, a juízo da competente autoridade eclesiástica, o exijam a defesa dos direitos da Igreja ou a promoção do bem comum” (c. 287 § 2º). Portanto, advertimos: O padre, que se candidatar a cargos executivos ou legislativos, não contará com a aprovação da Igreja; deverá deixar o seu ofício eclesiástico e ficará, durante a campanha eleitoral e o exercício de eventual mandato, com restrições, ou até mesmo suspensão, do seu uso de ordem.</div><div><br /></div><div style="text-align: right;">Bispos de Minas Gerais e espírito Santo, <i>Carta sobre as Eleições 2008</i>,</div><div style="text-align: right;">Belo Horizonte, 5 de junho de 2008.</div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="color:#999999;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">*</span></span></div><span class="Apple-style-span" style="color:#999999;"><div style="text-align: right;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Jewels-9</span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">, pintura de David Castle, 2009, coleção particular, Denver.</span></div></span>NUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2107395450506939678.post-18406934358027424312010-09-23T12:02:00.007-03:002010-09-23T21:21:47.591-03:00Apelo a todos os brasileiros e brasileiras<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOUiNzb4g9N1P90y1oasdf6gZzRh0tbu5teEHaD6v98ozscIpUwTZ5xB9ewoLDGEjsjjsi8V9pkftA90nH637jj1SYY2baiqEdzTAHQmdcqynZo2dcFn2e6lvC_2kdx_MhOW9-XxsobDw/s1600/Purple+and+green+no.+2,+David+Castle,+2008,+cole%C3%A7%C3%A3o+particular,+Denver.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 315px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOUiNzb4g9N1P90y1oasdf6gZzRh0tbu5teEHaD6v98ozscIpUwTZ5xB9ewoLDGEjsjjsi8V9pkftA90nH637jj1SYY2baiqEdzTAHQmdcqynZo2dcFn2e6lvC_2kdx_MhOW9-XxsobDw/s320/Purple+and+green+no.+2,+David+Castle,+2008,+cole%C3%A7%C3%A3o+particular,+Denver.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5520265079730762834" /></a><div style="text-align: center;"><div style="text-align: center;">NOTA DA COMISSÃO REPRESENTATIVA DO CONSELHO EPISCOPAL REGIONAL SUL 1 </div><div style="text-align: center;">DA CNBB.</div><div><br /></div></div><div style="text-align: justify;">A Presidência e a Comissão Representativa dos Bispos do Regional Sul 1 da CNBB, em sua Reunião ordinária, tendo já dado orientações e critérios claros para “<i>Votar bem</i>”, acolhem e recomendam a ampla difusão do <i>“Apelo a todos os brasileiros e brasileiras”</i> elaborado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">São Paulo, 26 de Agosto de 2010.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Dom Nelson Westrupp, scj</div><div style="text-align: justify;">Presidente do CONSER-SUL 1</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Dom Benedito Beni dos Santos</div><div style="text-align: justify;">Vice-presidente do CONSER-SUL 1</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Dom Airton José dos Santos</div><div style="text-align: justify;">Secretário Geral do CONSER SUL 1</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">*</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nós, participantes do 2º Encontro das Comissões Diocesanas em Defesa da Vida (CDDVs), organizado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB e realizado em Santo André no dia 03 de julho de 2010,</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">- considerando que, em abril de 2005, no <i>IIº Relatório do Brasil sobre o Tratado de Direitos Civis e Políticos</i>, apresentado ao Comitê de Direitos Humanos da ONU (nº 45) o atual governo comprometeu-se a legalizar o aborto,</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">- considerando que, em agosto de 2005, o atual governo entregou ao Comitê da ONU para a Eliminação de todas as Formas de Descriminalização contra a Mulher (CEDAW) documento no qual reconhece o aborto como Direito Humano da Mulher,</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">- considerando que, em setembro de 2005, através da Secretaria Especial de Política das Mulheres, o atual governo apresentou ao Congresso um substitutivo do PL 1135/91, como resultado do trabalho da Comissão Tripartite, no qual é proposta a descriminalização do aborto até o nono mês de gravidez e por qualquer motivo, pois com a eliminação de todos os artigos do Código Penal, que o criminalizam, o aborto, em todos os casos, deixaria de ser crime,</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">- considerando que, em setembro de 2006, no plano de governo do 2º mandato do atual Presidente, ele reafirma, embora com linguagem velada, o compromisso de legalizar o aborto,</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">- considerando que, em setembro de 2007, no seu IIIº Congresso, o PT assumiu a descriminalização do aborto e o atendimento de todos os casos no serviço público como programa de partido, sendo o primeiro partido no Brasil a assumir este programa,</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">- considerando que, em setembro de 2009, o PT puniu os dois deputados Luiz Bassuma e Henrique Afonso por serem contrários à legalização do aborto,</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">- considerando como, com todas estas decisões a favor do aborto, o PT e o atual governo tornaram-se ativos colaboradores do Imperialismo Demográfico que está sendo imposto em nível mundial por Fundações Internacionais, as quais, sob o falacioso pretexto da defesa dos direitos reprodutivos e sexuais da mulher, e usando o falso rótulo de “aborto - problema de saúde pública”, estão implantando o controle demográfico mundial como moderna estratégia do capitalismo internacional,</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">- considerando que, em fevereiro de 2010, o IVº Congresso Nacional do PT manifestou apoio incondicional ao 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3), decreto nª 7.037/09 de 21 de dezembro de 2009, assinado pelo atual Presidente e pela ministra da Casa Civil, no qual se reafirmou a descriminalização do aborto, dando assim continuidade e levando às últimas conseqüências esta política antinatalista de controle populacional, desumana, antisocial e contrária ao verdadeiro progresso do nosso País,</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">- considerando que este mesmo Congresso aclamou a própria ministra da Casa Civil como candidata oficial do Partido dos Trabalhadores para a Presidência da República,</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">- considerando enfim que, em junho de 2010, para impedir a investigação das origens do financiamento por parte de organizações internacionais para a legalização e a promoção do aborto no Brasil, o PT e as lideranças partidárias da base aliada boicotaram a criação da CPI do aborto que investigaria o assunto,</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">RECOMENDAMOS encarecidamente a todos os cidadãos e cidadãs brasileiros e brasileiras, em consonância com o art. 5º da Constituição Federal, que defende a inviolabilidade da vida humana e, conforme o Pacto de São José da Costa Rica, desde a concepção, independentemente de sua convicções ideológicas ou religiosas, que, nas próximas eleições, dêem seu voto somente a candidatos ou candidatas e partidos contrários à descriminalização do aborto.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Convidamos, outrossim, a todos para lerem o documento <i>Votar Bem</i> aprovado pela 73ª Assembléia dos Bispos do Regional Sul 1 da CNBB, reunidos em Aparecida no dia 29 de junho de 2010 e verificarem as provas do que acima foi exposto no texto <i>A Contextualização da Defesa da Vida no Brasil</i> (www.cnbbsul1.org.br/arquivos/defesavidabrasil.pdf), elaborado pelas Comissões em Defesa da Vida das Dioceses de Guarulhos e Taubaté, ligadas à Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB, ambos disponíveis no site desse mesmo Regional.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;">Comissão em Defesa da Vida do regional Sul 1 da CNBB,</div><div style="text-align: right;">Santo André, 3 de julho de 2010.</div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="color:#999999;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">*</span></span></div><span class="Apple-style-span" style="color:#999999;"><div style="text-align: right;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Purple and green no. 2</span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">, pintura de David Castle, 2008, coleção particular, Denver.</span></div></span>NUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2107395450506939678.post-32505493038390008072010-09-23T11:57:00.004-03:002010-09-23T21:24:21.916-03:00Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHku5aBkEX34EyzJ_iQWQwvvJP_LSczsvLzW4vDgWhwdzojkfm6wD32JgZS2AVeCEyTLP7Vde9CytYXayWyax2WS_hyJHAvHE6VbdDI10yEsF_0MXjb5iiI8iWpGh_V7CSkk54YRhnSM8/s1600/Untitled,+David+Castle,+2009,+cole%C3%A7%C3%A3o+particular,+Denver.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 198px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHku5aBkEX34EyzJ_iQWQwvvJP_LSczsvLzW4vDgWhwdzojkfm6wD32JgZS2AVeCEyTLP7Vde9CytYXayWyax2WS_hyJHAvHE6VbdDI10yEsF_0MXjb5iiI8iWpGh_V7CSkk54YRhnSM8/s200/Untitled,+David+Castle,+2009,+cole%C3%A7%C3%A3o+particular,+Denver.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5520269163041787266" /></a><div style="text-align: justify;">Com esta frase Jesus definiu bem a autonomia e o respeito, que deve haver entre a política (César) e a religião (Deus). Por isto a Igreja não se posiciona nem faz campanha a favor de nenhum partido ou candidato, mas faz parte da sua missão zelar para que o que é de “Deus” não seja manipulado ou usurpado por “César” e vice-versa.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quando acontece essa usurpação ou manipulação é dever da Igreja intervir convidando a não votar em partido ou candidato que torne perigosa a liberdade religiosa e de consciência ou desrespeito à vida humana e aos valores da família, pois tudo isso é de Deus e não de César. Vice-versa extrapola da missão da Igreja querer dominar ou substituir- se ao estado, pois neste caso ela estaria usurpando o que é de César e não de Deus.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Já na campanha eleitoral de 1996, denunciei um candidato que ofendeu pública e comprovadamente a Igreja, pois esta atitude foi uma usurpação por parte de César daquilo que é de Deus, ou seja o respeito à liberdade religiosa.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na atual conjuntura política o Partido dos Trabalhadores (PT) através de seu IIIº e IVº Congressos Nacionais (2007 e 2010 respectivamente), ratificando o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3) através da punição dos deputados Luiz Bassuma e Henrique Afonso, por serem defensores da vida, se posicionou pública e abertamente a favor da legalização do aborto, contra os valores da família e contra a liberdade de consciência.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na condição de Bispo Diocesano, como responsável pela defesa da fé, da moral e dos princípios fundamentais da lei natural que – por serem naturais procedem do próprio Deus e por isso atingem a todos os homens -, denunciamos e condenamos como contrárias às leis de Deus todas as formas de atentado contra a vida, dom de Deus,como o suicídio, o homicídio assim como o aborto pelo qual, criminosa e covardemente, tira-se a vida de um ser humano, completamente incapaz de se defender. A liberação do aborto que vem sendo discutida e aprovada por alguns políticos não pode ser aceita por quem se diz cristão ou católico. Já afirmamos muitas vezes e agora repetimos: não temos partido político, mas não podemos deixar de condenar a legalização do aborto. (confira-se Ex. 20,13; Mt 5,21).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Isto posto, recomendamos a todos verdadeiros cristãos e verdadeiros católicos a que não dêem seu voto à Senhora Dilma Rousseff e demais candidatos que aprovam tais “liberações”, independentemente do partido a que pertençam.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Evangelizar é nossa responsabilidade, o que implica anunciar a verdade e denunciar o erro, procurando, dentro desses princípios, o melhor para o Brasil e nossos irmãos brasileiros e não é contrariando o Evangelho que podemos contar com as bênçãos de Deus e proteção de nossa Mãe e Padroeira, a Imaculada Conceição.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;">Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, Bispo diocesano de Guarulhos</div><div style="text-align: right;">Guarulhos, 27 de julho de 2010.</div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="color:#999999;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">*</span></span></div><span class="Apple-style-span" style="color:#999999;"><div style="text-align: right;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Untitled</span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">, pintura de David Castle, 2009, coleção particular, Denver.</span></div></span>NUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2107395450506939678.post-32160602856789698362010-09-23T11:52:00.005-03:002010-09-23T21:31:44.813-03:00Nota Pastoral de orientação em relação às eleições de 2010<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOJuyJUCFpXJwiVyITESjwtPrkMaxHN9_lyEKcIJreYknLAFQCGq4Aj5J8jchOUGse8xc_4x_MnzSbT-2EaSk6eKwUTZHVCXHRkKdCg4aCh0YTn8crTP5Hw1OlSjEN3hnzScnS4ei1v7w/s1600/Autumn+No.+3,+David+Castle,+2009,+cole%C3%A7%C3%A3o+particular,+Denver.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 150px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOJuyJUCFpXJwiVyITESjwtPrkMaxHN9_lyEKcIJreYknLAFQCGq4Aj5J8jchOUGse8xc_4x_MnzSbT-2EaSk6eKwUTZHVCXHRkKdCg4aCh0YTn8crTP5Hw1OlSjEN3hnzScnS4ei1v7w/s200/Autumn+No.+3,+David+Castle,+2009,+cole%C3%A7%C3%A3o+particular,+Denver.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5520271166912982402" /></a><div style="text-align: justify;">Irmãos e irmãs, diocesanos de Frederico Westphalen e homens e mulheres de boa vontade.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Esta Nota Pastoral tem a finalidade de oferecer reflexão e orientação, face às eleições que se aproximam, para os católicos diocesanos de Frederico Westphalen e para todos aqueles que procuram, com boa vontade, nortear sua existência pelo respeito aos valores fundamentais da existência humana.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O período que antecede as eleições é de suma importância, no sentido de que deve servir-nos para a reflexão e a escolha consciente daqueles candidatos e candidatas nos quais depositaremos nossa confiança através do voto. O voto não é algo que se decide no último momento, apressadamente, a partir do último “santinho” recebido. Voto é escolha refletida e decidida, após pesarem-se prós e contras. Mais do que nunca, diante da pluralidade de possibilidades, votar exige responsabilidade e coerência também em relação à fé professada. Longe do católico e da pessoa de boa vontade separar sua crença e seus valores de seu voto. Há, no voto, a exigência profunda da coerência.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Da mesma forma, a mesma coerência e responsabilidade são também exigências para aqueles que se candidatam a cargos públicos. As possibilidades são múltiplas. A pluralidade, louvável. Alguns candidatos se apresentam com clareza, defendendo princípios que não se identificam com aqueles que cremos e defendemos, como cristãos. Ao menos são verdadeiros. Ninguém, que professe a fé católica, ou defenda os valores da vida será enganado por eles...</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mas o grande problema, bastante presente nesta situação pré-eleitoral, é o da duplicidade, da incoerência daqueles candidatos, que por um lado, fazem questão de se mostrarem “religiosos”, sensíveis à fé, mas que na prática ou estão inscritos em partidos que defendem valores anti-cristãos, ou apresentam um ideário programático político pessoal que contêm indicações absolutamente incoerentes com a fé que declaram professar ou respeitar. Dentro deste quadro, chegamos ao ponto de sermos obrigados a ouvir, de determinados candidatos e candidatas, certas declarações, por exemplo, em relação ao aborto, afirmando que “pessoalmente sou contra, mas quando no governo, garantirei o direito de quem quiser abortar, já que o aborto não é uma questão que envolva a fé, mas sim, a saúde pública”.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Como Bispo Diocesano, venho, por meio desta Nota Pastoral, estribado na autoridade apostólica de pastor que deve cuidar do rebanho que lhe foi confiado, preocupado com a situação de confusão derivada da linguagem dúbia e da postura incoerente, oferecer uma orientação clara e segura a meus diocesanos e a todos os que crêem e defendem o valor da vida, desde a sua concepção até a sua morte natural.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Assim sendo:</div><div style="text-align: justify;">1. Todo cidadão é chamado a votar com consciência. Nós cidadãos católicos somos chamados a votar com consciência cristã. Seria uma contradição acreditar e defender os valores da vida, da família, da moral e da ética, e votar naqueles candidatos e candidatas que propugnam pessoalmente, ou estão inscritos em partidos que propugnam os valores contrários. Ou seja, é preciso votar de forma coerente, em candidatos e em partidos que defendam os valores que nós cristãos acreditamos e defendemos, para que estes mesmos candidatos e partidos nos representem, nas instâncias do Executivo e do Legislativo, favorecendo medidas e leis que valorizem a cultura da vida.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">2. Assim, neste período pré-eleitoral, é obrigação de todo católico, bem como daqueles que tem boa vontade e abertura para a cultura da vida, informar-se, em relação aos diversos candidatos e candidatas, se em suas propostas estão contemplados os valores éticos, nomeadamente, a defesa da inviolabilidade da vida humana (especialmente no que diz respeito á questão do aborto, da eutanásia, etc.), bem como a defesa do casamento e da família (como estas realidades são entendidas pela moral cristã) e a defesa privilegiada dos mais desprotegidos da sociedade.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Estes são alguns critérios, a meu ver, os mais fundamentais, que devem ser levados em consideração na hora de votar: como católicos temos o dever de votar naqueles que, posteriormente, como nossos representantes, na sua atuação política não irão contradizer os valores daqueles que os elegeram.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Peço que o Espírito Santo de Deus ilumine as mentes de todos os diocesanos de Frederico Westphalen e as de todas as pessoas de boa vontade, para que nestas eleições, todos possam exercer a cidadania com consciência e responsabilidade.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;">Antonio Carlos Rossi Keller, Bispo diocesano de Frederico Westphalen,</div><div style="text-align: right;">Frederico Westphalen, 28 de agosto de 2010.</div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="color:#999999;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">*</span></span></div><div style="text-align: right;"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#999999;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Autumn No. 3</span></span></i><span class="Apple-style-span" style="color:#999999;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">, pintura de David Castle, 2009, coleção particular, Denver.</span></span></div>NUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2107395450506939678.post-8622365362406401572010-09-23T11:42:00.006-03:002010-09-23T21:33:18.696-03:00Eleições: Não matarás<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdIdQgM5z3F-X-wBODmgvnuWj8n9rCYZhobZGOKR3uT5BgH8HG4UHPAYpLlrooMcNQMaM5w4JeN7LhelgUrOhQHQf_zaFm1skwgeNXjKMEV441gpRP-JtAualmtVgL6tTrP6CffMGXoyM/s1600/Purple+dusk,+David+Castle,+2007,+cole%C3%A7%C3%A3o+particular,+Denver.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdIdQgM5z3F-X-wBODmgvnuWj8n9rCYZhobZGOKR3uT5BgH8HG4UHPAYpLlrooMcNQMaM5w4JeN7LhelgUrOhQHQf_zaFm1skwgeNXjKMEV441gpRP-JtAualmtVgL6tTrP6CffMGXoyM/s200/Purple+dusk,+David+Castle,+2007,+cole%C3%A7%C3%A3o+particular,+Denver.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5520271533262927282" /></a><div style="text-align: justify;">São quatro os direitos fundamentais da pessoa humana: direito à vida; direito à propriedade; direito à liberdade e direito à honra. “Quando se denota a ausência de um deles, a pessoa desaparece: sem vida não existe, sem propriedade não subsiste, sem liberdade, principalmente a religiosa, não se desenvolve, e sem honra não se relaciona.” (Dom Dadeus Grings, Arcebispo de Porto Alegre). Entre os quatro direitos, o primeiro é o mais importante porque é a base de todos os outros. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Os Dez Mandamentos da Lei de Deus expressam em sua totalidade esses direitos fundamentais e seus desdobramentos. O direito à vida ocupa um lugar especial no quinto mandamento: Não matar; que nos obriga à defesa da vida humana desde a sua concepção no ventre materno até sua natural consumação na morte. Aborto e eutanásia, assim como tudo que fere a vida humana, são pois, condenados por Deus. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A <i>Didaché</i>, catecismo cristão do século II, afirma: “Não matarás o embrião por aborto e não farás perecer o recém nascido.” Por ser gravíssima desordem moral, a Igreja penaliza com a excomunhão não somente aqueles que provocam o aborto mas quem colabora de algum modo com a sua execução. “Quem provoca aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sentenciae”, isto é automática, afirma o Canon 1314, do <i>Código de Direito Canônico</i>. A excomunhão significa o estado objetivo de pecado grave e a separação da Igreja, corpo místico de Cristo, com a conseqüente chamada do pecador à penitência e reconciliação. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Estamos em ano eleitoral no qual vamos eleger o Presidente da República e seu vice, senadores e deputados federais e estaduais. Entre os candidatos não são poucos, de diversos partidos, que defendem o aborto, como já declararam em entrevistas à imprensa ou reduzem sua aprovação a um eventual plebiscito como se a objetividade do bem se definisse pela opinião da maioria ou pela estatística e não pela objetividade da Lei de Deus e da lei natural impressa no coração de todos os homens. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Entre os partidos, o Partido dos Trabalhadores inclui o aborto em seu programa partidário. O PT em seu 3º Congresso ocorrido em setembro de 2007 afirma-se “por um Brasil de mulheres e homens livres e iguais” que inclui “a defesa da autodeterminação das mulheres, da descriminalização do aborto e regulamentação do atendimento a todos os casos no serviço público (<i>Resoluções do Congresso do PT</i>, p. 80 in site do PT). </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A Igreja Católica, afirma a Constituição Pastoral <i>Lumen Gentium</i> do Concílio Vaticano II “não se confunde de modo algum com a comunidade política (GS no 76)” e respeita os cidadãos em suas “opiniões legítimas, mas discordantes entre si, sobre a organização da realidade temporal (GS no 75)”. Mas também afirma que “faz parte da missão da Igreja emitir um juízo moral também sobre as realidades que dizem respeito à ordem política,quando o exijam os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas (<i>Catecismo da Igreja Católica</i>, no 2246 citando GS, 76)”. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Diante da grave situação em que estamos, cada eleitor católico tem a gravíssima obrigação de ao escolher seus candidatos, observar também seus compromissos com a defesa da vida e com aqueles pontos “que não admitem abdicações, exceções ou compromissos de qualquer espécie” como o caso das leis civis do aborto; da eutanásia; de proteção do embrião humano; da tutela da família como consórcio natural e monogâmico de um homem e uma mulher, portanto contra o reconhecimento da união civil de homossexuais e a adoção de crianças pelos mesmos; da liberdade de educação dos filhos pelos pais; da liberdade religiosa e de uma economia a serviço da vida. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Cada um examine diante de Deus e de sua consciência para bem escolher nossos governantes de modo a escolher o melhor pelo Brasil. Não podemos nos furtar diante da verdade e da justa defesa da vida e da Lei de Deus. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;">Dom Miguel Ângelo Freitas Ribeiro, Bispo diocesano de Oliveira,</div><div style="text-align: right;">Oliveira, 2 de setembro de 2010.</div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="color:#999999;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">*</span></span></div><div style="text-align: right;"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#999999;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Purple dusk</span></span></i><span class="Apple-style-span" style="color:#999999;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">, David Castle, 2007, coleção particular, Denver.</span></span></div>NUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2107395450506939678.post-81047782034435633512010-09-23T11:31:00.006-03:002010-09-23T21:36:00.532-03:00O princípio do mal menor<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibI5mTgwPak9VJD-KUkpN7-Yf8yolXimGITKugvji6ACWgzHZBwhHcqBHoadN-Ab8-t4O4dJyK-bLutoXE-x6iZv2xpJjc6qSZxvhMGi9d6YcL2J45pOMqSpkFyR8lyVAJaPO5Nnr4LDg/s1600/Untitled+elementals,+David+Castle,+2008,+cole%C3%A7%C3%A3o+particular,+Denver.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 266px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibI5mTgwPak9VJD-KUkpN7-Yf8yolXimGITKugvji6ACWgzHZBwhHcqBHoadN-Ab8-t4O4dJyK-bLutoXE-x6iZv2xpJjc6qSZxvhMGi9d6YcL2J45pOMqSpkFyR8lyVAJaPO5Nnr4LDg/s320/Untitled+elementals,+David+Castle,+2008,+cole%C3%A7%C3%A3o+particular,+Denver.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5520272260077851618" /></a><div style="text-align: justify;">O que chamamos de "princípio do mal menor" pode ser expresso, em sentido amplo, da seguinte maneira: diante de males inevitáveis é preciso escolher o menor.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">[...] Tem dois campos de aplicação: o genérico, da prática, e o específico, da ética da decisão. Num primeiro sentido (amplo), o princípio do mal menor significa que, prevendo males inevitáveis, é preferível permitir o menor, escolhendo-o para evitar o mal maior. Num segundo sentido (mais restrito), o princípio do mal menor significa que, quando todas ou cada uma das possíveis decisões a serem tomadas são, realmente negativas e não existe alternativa para tomar uma decisão, é preciso optar pela menos negativa.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No primeiro sentido, o mal menor se refere às conseqüências derivadas de uma decisão numa situação que obriga a fazer uma escolha; sendo essa situação inevitável, escolhe-se a conseqüência menos prejudicial. No segundo sentido, refere-se, ao contrário , à decisão em si mesma, que se revela problemática no momento em que qualquer decisão é negativa; nessa situação de perplexidade, é preciso decidir-se por aquilo que parece menos mal. Em ambos os sentidos a aplicação desse princípio tem limites relacionados com os chamados "absolutos morais" ou com as ações desordenadas em si próprias.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">[...] Aristóteles coloca o problema do mal menor no contexto da justiça. A justiça é uma certa proporção; quem é injusto atribui a si mesmo mais do que lhe é devido, e, quem é vítima de injustiça, recebe menos bens do que lhe caberia. Em relação aos males (entendido aqui não como mal moral, mas como aquilo que deve ser suportado como adversidade) acontece o contrário: "O mal menor, em relação a um mal maior, está situado na categoria de bem. Pois um mal menor é preferível a um mal maior. E aquilo que é preferível sempre é um bem, e quanto o mais preferível este seja maior bem é" (<i>Ética a Nicômaco</i> V.3). O mal menor portanto, é preferível não porque seja um bem objetivo, mas sim porque o bem que se perde com o mal maior é mais valioso. O mal menor, em Aristóteles, é consequência de uma decisão justa.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Tanto na Política como na Ética a Nicômaco, são desenvolvidos muitos argumentos de conteúdo concreto, para demonstrar que uma determinada decisão é preferível em virtude de suas conseqüências menos prejudiciais. Aristóteles estava consciente, todavia, que esse modo de pensar ou fazer escolhas de decisões práticas difíceis, em função do melhor ou do pior das conseqüências previstas, é, freqüentemente, incerto, porque, na experiência prática, podem ocorrer fatores que não haviam sido levados em consideração na decisão, no momento em que se avaliou.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na reflexão cristã, o argumento do mal menor está ligado, mais do que nos pensadores da antigüidade, à consideração da existência de determinados valores morais absolutos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">[...] Santo Tomás de Aquino concebe o mal menor como a escolha preferível entre males inevitáveis, ressaltando que o mal moral não pode ser cometido em razão de as consequências previstas representarem males menores em relação às consequências materiais penosas que o agir com retidão implica... A escolha do mal menor é lícita somente quando não existe nenhuma outra alternativa possível e os males em questão são inevitáveis; é lícito então escolher entre eles o mal menor.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">[...] Santo Afonso Maria de' Liguori, no seu célebre tratado <i>Teologia Moral</i> (1755), resume o argumento do mal menor em relação à consciência assim: "Consciência perplexa é a de quem, diante de dois preceitos establecidos, acredita que pecará se escolher um ou outro, ... caso possa suspender a ação, é obrigado a adiá-la enquanto consulta pessoas competentes. Se não puder suspendê-la, é obrigado a escolher o mal menor, evitando transgredir o direito natural mais do que o direito humano. Se não é capaz de discernir qual seja o mal menor, faça o que fizer, não peca, porque nesse caso falta a liberdade necessária para que exista pecado formal".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">[...] Porém, quando o argumento do mal menor é empregado num contexto em que não são levadas em consideração a exigência ética da verdade moral objetiva e a existência de valores morais absolutos, mas apenas e exclusivamente as conseqüências tidas como positivas ou negativas, prescindindo da moralidade da escolha em si mesma, o argumento do mal menor degenera em sofisma.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;">Conselho Pontifício para Família, <i>Lexicon</i>, verbete <i>Princípio e argumento do mal menor</i>, Roma 2002.</div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="color:#999999;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">*</span></span></div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="color:#999999;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Untitled elementals</span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">, pintura de David Castle, 2008, coleção particular, Denver.</span></span></div>NUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2107395450506939678.post-68886125670830958412010-09-23T11:12:00.005-03:002010-09-23T11:38:12.195-03:00Can catholics back pro-choice Obama?<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsBHEO1puiPypYAvcdgqRJ7B_0XLGIeGeyYTYoB4D1RLmYg9XoCwoWbixtajGzG1_ZVAk0ZWN7F3tuV3EZ8qqAlT5_dGhrC1lfhYdt2dldnRsEueFY4lLmJtGvvJiGjPizoofD0E5RVPc/s1600/Election+day,+David+Castle,+2004,+cole%C3%A7%C3%A3o+particular,+Denver.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 240px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsBHEO1puiPypYAvcdgqRJ7B_0XLGIeGeyYTYoB4D1RLmYg9XoCwoWbixtajGzG1_ZVAk0ZWN7F3tuV3EZ8qqAlT5_dGhrC1lfhYdt2dldnRsEueFY4lLmJtGvvJiGjPizoofD0E5RVPc/s320/Election+day,+David+Castle,+2004,+cole%C3%A7%C3%A3o+particular,+Denver.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5520112736913222546" /></a><div><div style="text-align: justify;">In an election cycle filled with its share of quirks, oddities, and surprises, the emergence of Roman Catholic pro-lifers as leading supporters of Sen. Barack Obama—himself a favorite of the National Reproductive Rights Action League—must rank as one of the strangest of twists and turns. Whatever its effect on the election, this unexpected development may also portend a new hardening of the battle lines within the Catholic Church, no matter who is inaugurated president in January.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">The most visible of the pro-Obama Catholic pro-lifers has been Pepperdine University law professor Douglas Kmiec, formerly dean of the law school at the Catholic University of America and a minor official in the Justice Departments of Ronald Reagan and George H.W. Bush. Kmiec began the 2008 cycle as co-chairman of Mitt Romney's campaign, but recently told the Chicago Tribune that, as the campaign unfolded, "I kept discovering that Obama was sounding more Catholic than most Catholics I know" on issues like the family wages, health-care costs and the war in Iraq. With Romney out of the race, Kmiec announced his support for Obama on Easter Sunday, arguing that "Senator Obama comes reasonably close" to embodying "an alternative way to be pro-life." Kmiec develops that arresting claim in a new book, "Can a Catholic Support Him? Asking the Big Questions About Barack Obama," published in mid-September.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Other pro-Obama Catholic intellectuals include Notre Dame professor M. Cathleen Kaveny, whose Obamapologetics are frequently found on the Commonweal blog, and Duquesne University law professor Nicholas Cafardi, one of the original members of the U.S. bishops' National Review Board to study problems of clerical sexual abuse. In a recent statement, "Senator Obama: A Moral Choice for Catholics," Cafardi summarized the three most frequently deployed arguments of self-declared pro-life Catholics who support Barack Obama for president.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">First, according to Cafardi, Catholics have, as a matter of law, "lost the abortion battle ... and I believe that we have lost it permanently." Second, abortion is not the only "intrinsic evil" of the day; the Bush administration has been guilty of committing acts that are "intrinsically evil" in its policies on interrogation of terrorist suspects, in its failures after Hurricane Katrina and in its detention of terrorism suspects at Guantánamo Bay. Third, Senator Obama "supports government action that would reduce the number of abortions," including an "adequate social safety net for poor women who might otherwise have abortions."</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">The argument, in sum: the constitutional and legal arguments that have raged since Roe vs. Wade are over, and Catholics have lost; there are many other "intrinsic evils" that Catholics are morally bound to oppose, and Republicans tend to ignore those evils; liberalized social-welfare policies will drive down the absolute numbers of abortions and Senator Obama is an unabashed liberal on these matters. Therefore, a vote for Obama is the "real" pro-life vote.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">The argument is, some might contend, a bold one. Yet it is also counterintuitive, running up against the fact that, by most measures and despite his rhetoric about reducing the incidence of abortion, Barack Obama has an unalloyed record of support for abortion on demand. Moreover, he seems to understand Roe vs. Wade and subsequent Supreme Court decisions as having defined abortion as a fundamental liberty right essential for women's equality, meaning that government must guarantee access to abortion in law and by financial assistance—a moral judgment and a policy prescription the pro-life Catholic Obama boosters say they reject.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">According to his own Web site, Obama supports the federal Freedom of Choice Act [FOCA], which would eliminate all state and federal regulation of abortion (such as informed consent and parental notification in the case of minors seeking an abortion); these regulations have demonstrably reduced the absolute number of abortions in the jurisdictions in which they are in effect. FOCA would also eliminate, by federal statute, state laws providing "conscience clause" protection for pro-life doctors who decline to provide abortions. Obama (along with the Democratic Party platform) supports federal funding for abortion, opposes the Hyde amendment (which restricts the use of taxpayer monies for abortion) and has pledged to repeal the "Mexico City policy" (initiated by Ronald Reagan and reinstated by George W. Bush, which bans federal foreign-aid funding for organizations that perform and promote abortion as a means of family planning). According to the pro-choice Web site RHRealityCheck.org, Obama also opposes continued federal funding for crisis pregnancy centers.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Then there is the continuing controversy over Obama's role in the Illinois state legislature when that body was considering an "infants born alive" protection act that would extend full legal protection to infants who survive a late-term abortion. According to the Annenberg Political Fact Check, Obama opposed the 2001 and 2002 Illinois "born alive" bills on the grounds that they were attempts to undermine Roe vs. Wade but said he would have supported an Illinois bill similar to the federal "born alive" legislation signed by President Bush in 2002. Yet, according to Annenberg, "Obama voted in committee against the 2003 state bill that was nearly identical to the federal bill he says he would have supported." However one sorts out the conflicting claims in this often-bitter debate, in which charges of infanticide and lying have been hurled, there can be no doubt that Barack Obama did not make his own the cause of legal protection for infants who survive an abortion.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">The "social safety net" component of the pro-life, pro-Obama argument may seem, at first blush, to make sense. Yet it, too, runs up against stubborn facts: for example, Sweden, with a much thicker social safety net than the United States, has precisely the same rate (25 percent) of abortions per pregnancy as America. As for the claim, often repeated by pro-life, pro-Obama Catholics, that more financially generous welfare policies would drive down abortion rates because financial pressure is a predominant cause of abortion, another stubborn fact intrudes: according to a survey conducted by the research arm of Planned Parenthood, the Guttmacher Institute, a mere 23 percent of abortions in the United States are performed primarily because of alleged financial need. There is also what some would consider the insuperable problem of squaring a concern for fostering alternatives to abortion with Senator Obama's opposition to federal funding of crisis pregnancy centers that provide precisely those alternatives. Moreover, the Freedom of Choice Act Obama has pledged to sign forbids publicly supported programs helping pregnant women from "discriminating" against abortion. Thus a federal Pregnant Women Support Act—a key plank in the platform of pro-life congressional Democrats—would, in Orwellian fashion, be legally bound by FOCA to include support for abortion.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As for the claim that the legal argument is over, and lost, that, too, seems belied by the evidence. Roe vs. Wade remains deeply controversial, in the culture and among legal scholars. Since 1989, the Supreme Court has shown a willingness, on occasion, to uphold laws regulating abortion clinics or banning certain forms of abortion. No Clinton-appointed justice contributed to that trend; it seems very unlikely that Obama nominees would extend the trend. In that respect, a pro-life, pro-Catholic Obama vote is not so much a recognition that the legal argument is over but, de facto, a vote to repeal the legal protections for the unborn that have been laboriously crafted in the 35 years since Roe eliminated the abortion law of all 50 states.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Another line of critique against the pro-life, pro-Catholic Obama activists has been mounted by, among others, Cardinal Francis George of Chicago, who holds a doctorate in political philosophy and currently serves as president of the U.S. bishops' conference. In a September letter to the people of the archdiocese of Chicago, the cardinal laid down what he described as a basic principle of justice: in a just society, innocent human life, especially when incapable of self-defense, deserves the protection of the laws. No one who denies that, the cardinal argued, can claim to be advancing the common good. And, as Roe vs. Wade does indeed deny the protection of the laws to the unborn, no one can, with any moral or logical consistence, claim to support both Roe vs. Wade and the common good. It's one or the other.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Similarly, two New York bishops, William Murphy of Rockville Centre and Nicholas DiMarzio of Brooklyn, the present and immediate past chairmen of the U.S. bishops' committee on domestic policy, implicitly challenged the position of Kmiec, Kaveny, Cafardi and others in a Sept. 24 letter to The New York Times. According to a Sept. 18 Times article, the U.S. bishops' statement on the 2008 election, "Forming Consciences for Faithful Citizenship," had been crafted so as to "explicitly allow Catholics to vote for a candidate who supports abortion rights if they do so for other reasons." That was simply not true, according to DiMarzio and Murphy, who said that "Faithful Citizenship" states that a Catholic can support a pro-abortion candidate "only for truly grave moral reasons, not to advance narrow interests or partisan preferences...." Moreover, the bishops concluded, "this standard of 'grave moral reasons' is a very high standard to meet."</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">The pro-Obama, pro-life Catholics would doubtless reply that that standard has been met in this instance. But that claim still leaves them with a problem. As Cardinal George's letter indicated, the Catholic Church's teaching on the intrinsic evil of abortion involves a first principle of justice that can be known by reason, that's one of the building blocks of a just society, and that ought never be compromised—which is why, for example, Catholic legislators were morally obliged to oppose legal segregation (another practice once upheld by a Supreme Court decision that denied human beings the full protection of the laws). Questions of war and peace, social-welfare policy, environmental policy and economic policy, on the other hand, are matters of prudential judgment on which people who affirm the same principles of Catholic social doctrine can reasonably differ. The pro-life, pro-Obama Catholics are thus putting the full weigh of their moral argument on contingent prudential judgments that, by definition, cannot bear that weight.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">One of the most interesting facets of the intra-Catholic furor over Kmiec, Kaveny, Cafardi and other pro-life, pro-Obama Catholics is the way this argument seems to have displaced the struggle between bishops and pro-choice Catholic politicians that was so prominent in 1984 (when the contest was between Geraldine Ferraro and New York's Cardinal John O'Connor) and 2004 (when the candidacy of John Kerry embroiled the entire U.S. bishops conference in a dispute over whether pro-choice Catholic politicians ought to be permitted to receive holy communion). That displacement, however, is likely to be temporary.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">In the wake of ill-advised (and nationally televised) ventures into theology by House Speaker Nancy Pelosi and Democratic vice presidential nominee Joe Biden, several bishops—including Denver Archbishop Charles Chaput, Madison Bishop Robert Morlino and Washington Archbishop Donald Wuerl—issued statements underscoring the Catholic Church's unswerving moral opposition to abortion from the very beginnings of Christianity; the morality of abortion was not an open question for serious Catholics, as Pelosi in particular had suggested. (After receiving what seems to have been an avalanche of protest over the Speaker's misstatement on "Meet the Press," Pelosi's own archbishop, George Niederauer of San Francisco, announced publicly that he would invite Mrs. Pelosi in for a conversation.) Moreover, in the wake of both the Pelosi and Biden incidents, the chairmen of the bishops' pro-life and doctrine committees, Cardinal Justin Rigali of Philadelphia and Bishop William Lori of Bridgeport, Conn., issued sharp statements deploring the misrepresentation of Catholic teaching by the Speaker and the senator.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Many U.S. bishops, in other words, seem exasperated with Catholic politicians who present themselves as ardent Catholics and yet consistently oppose the Church on what the bishops consider the premier civil-rights issue of the day. It seems unlikely that the bishops, having found their voices after discovering the limits of their patience, will back off in an Obama administration—which could raise some interesting questions for, and about, a Vice President Joe Biden, whose fitness to receive holy communion may well be discussed in executive session at the bishops' annual meeting in mid-November.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Biden is not the only Catholic who will be seriously challenged by an Obama administration bent on reversing what its pro-choice allies regard as eight years of defeat; pro-life Catholics will face different, if equally grave, dilemmas. The bishops already find themselves defending the Catholic integrity of Catholic hospitals under pressures from state governments; those pressures, as well as pressures on doctors and other Catholic health-care professionals, will increase in an Obama administration, especially if FOCA succeeds in knocking down state conscience-clause protections for Catholic health-care providers and institutions. And should an Obama administration reintroduce large-scale federal funding of abortion, the bishops will have to confront a grave moral question they have managed to avoid for decades, thanks to the Hyde amendment: does the payment of federal taxes that go to support abortion constitute a form of moral complicity in an "intrinsic evil"? And if so, what should the conscientious Catholic citizen do?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">About which, it will be very interesting to hear what professors Kmiec, Kaveny and Cafardi have to say.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;">George Weigel, artigo <i>Pro-Life catholics for Obama: Should abortion be the litmus test for political support?</i>, publicado na revista <i>Newsweek</i>, Nova York, 14 de octubre del 2008.</div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small; color: rgb(153, 153, 153); ">*</span></div><div style="text-align: right;"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#999999;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Election day</span></span></i><span class="Apple-style-span" style="color:#999999;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">, pintura de David Castle, 2004, coleção particular, Denver.</span></span></div></div>NUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2107395450506939678.post-49862652084709869322009-11-24T16:59:00.036-02:002009-11-29T15:24:37.900-02:00Que esta imagem seja símbolo do vosso domínio sobre nós<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlAPAKjLvZwzNdGiU0nyanwJ-FlqE9IQD4ngjzS9a6I1qKMUNXfDoUWcC78kzzxZN4yy8_r0wWhy2-lN1rtyAiY6bpDIr7OGoI20RIGRuqiTr__dLHibqB523Oi-RyvFZKyA_t1cvh5rE/s1600/Cart%C3%A3o+postal+da+inaugura%C3%A7%C3%A3o+do+Christo+Redemptor,+autor+an%C3%B4nimo,+1931,+R%C3%ADo+de+Janeiro.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 259px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlAPAKjLvZwzNdGiU0nyanwJ-FlqE9IQD4ngjzS9a6I1qKMUNXfDoUWcC78kzzxZN4yy8_r0wWhy2-lN1rtyAiY6bpDIr7OGoI20RIGRuqiTr__dLHibqB523Oi-RyvFZKyA_t1cvh5rE/s400/Cart%C3%A3o+postal+da+inaugura%C3%A7%C3%A3o+do+Christo+Redemptor,+autor+an%C3%B4nimo,+1931,+R%C3%ADo+de+Janeiro.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5408252499091972002" /></a><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;">O 12 de outubro de 1931, durante a inauguração do monumento do Cristo Redentor na montanha do Corcovado, o cardeal Dom Sebastião Leme da Silveira Cintra, arcebispo de Rio de Janeiro, realizou -de joelhos a solenidade de consagração do Brasil a Cristo Rei. </span><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(102, 102, 102); ">Estavam presentes, o presidente da República, Getúlio Vargas, quarenta e cincos bispos de todo o país, e alguns leigos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(102, 102, 102); ">A estátua foi identificada desde o início como expressão do mistério do Sagrado Coração, Redentor e Rei. A consagração, que é sínteses disto, foi composta pela madre Maria José de Jesus, priora do Convento de Santa Teresa, a pedido pontual do cardeal Leme. Eis o texto.</span></div><br /></i></div><div style="text-align: justify;">“Senhor Jesus, Redentor nosso, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, que sois para o mundo fonte de luz, de paz, de progresso e de felicidade, Salvador que nos remistes com o sacrifício de Vossa vida, eis a vossos pés representado o Brasil, a Terra de Santa Cruz, que se consagra solenemente a vosso Coração sacratíssimo e vos reconhece para sempre seu Rei e Senhor.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"Vós escolhestes no céu brasileiro a vossa cruz, de onde jamais poderá ser apagada. O Rei e Senhor Jesus reina sobre nossa Pátria. Queremos que o Brasil viva e prospere sob os vossos olhares. Queremos que o vosso povo seja sempre iluminado pela verdade de vosso Evangelho. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"Reina, ó Cristo Rei! </div><div style="text-align: justify;">"Reina, ó Cristo Redentor! </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"Ser brasileiro significa crer em Jesus Cristo, amar a Jesus Cristo, e esta sagrada imagem seja o símbolo do vosso domínio, de vosso amparo, da vossa predileção, da vossa bênção que paira sobre o Brasil e sobre todos os brasileiros. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Amém".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;">MADRE MARIA JOSÉ DE JESUS, <i>Oração de Consagração do Brasil a Cristo</i>, Rio de Janeiro, 1931. Tirada do jornal <i>Staffetta Riograndense</i>, de Caxias do Sul, 21 de outubro de 1931, página 1.</div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">*</span></span></div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Cartão postal da inauguração do Christo Redemptor, autor anônimo, 1931, Río de Janeiro.</span></span></div>NUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2107395450506939678.post-15760885583452940132009-11-24T16:59:00.035-02:002009-11-29T15:22:05.467-02:00Os traços históricos de uma convicção<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGCMZ1BstsZSC4sEzld-IF_nZV8RmvJD19JQ79qQoQdDkXGk2yKqnT8aSo_1jEXqDA7E57x7uHtGa9xM8b4ePobqREejw0liAd3HDuptIGd0CDX_DopJ8vuSod_Yx5mz3Xes7-c7BITTs/s1600/Pantocr%C3%A1tor+del+%C3%A1bside+de+la+iglesia+de+San+Clemente+de+Tahull,+detalhe,+afresco+de+autor+an%C3%B4nimo,+Museu+Nacional+d%27Art+de+Catalunya,+Barcelona.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 218px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGCMZ1BstsZSC4sEzld-IF_nZV8RmvJD19JQ79qQoQdDkXGk2yKqnT8aSo_1jEXqDA7E57x7uHtGa9xM8b4ePobqREejw0liAd3HDuptIGd0CDX_DopJ8vuSod_Yx5mz3Xes7-c7BITTs/s320/Pantocr%C3%A1tor+del+%C3%A1bside+de+la+iglesia+de+San+Clemente+de+Tahull,+detalhe,+afresco+de+autor+an%C3%B4nimo,+Museu+Nacional+d%27Art+de+Catalunya,+Barcelona.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5409029090430980066" /></a><div style="text-align: right;"><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; ">Ao longo do século XIX e da primeira metade do século XX desenvolveram-se [na Igreja] movimentos de sacerdotes, [e sobretudo], leigos que irão exaltar a Cristo como Rei.</div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; "><br /></div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; ">[...] Não se trata só de [manifestações de] devoção privada, mas de uma participação ontológica no Mistério de Cristo, do qual nasceram princípios de ação eclesial e social.</div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; "><br /></div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; ">[...] Esta experiência inspirou uma atitude de [profunda] fidelidade à Igreja. Seus expoentes reagiram ao laicismo, ao galicanismo e ao jansenismo, dirigindo-se diretamente a Roma, precisamente num momento no qual o Papado [sofria] perseguição e era humilhado. [Reconhecimento da realeza de Cristo], devoção ao Sagrado Coração de Jesus e adesão filial ao Romano Pontífice exprimem-se como aspectos completamente unidos.</div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; "><br /></div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; ">Impressiona a insistência com a qual os expoentes deste vasto movimento intervieram em todos os campos da vida pública, para que Cristo fora reconhecido como única fonte da dignidade [plena] da pessoa e dos povos.</div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; "><br /></div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; ">Os monumentos e as basílicas dedicadas ao Sagrado Coração multiplicaram-se por toda a geografia "católica": a Basilique du Sacré Coeur de Montmartre, em Paris, solicitada [em 1873] pelos parlamentares da Terceira República; a Basílica del Voto Nacional, também chamada Catedral de la Consagración, em Quito, Equador, [ordenada pelo Governo Nacional em 1883]; o Templo Expiatorio Nacional del Sagrado Corazón de Jesús [hoje chamado Santuario Nacional de la Gran Promesa], de Madri em 1933, ou o Santuário da montanha do Cubilete, no México, onde os cristãos levantam um monumento a Cristo Rei em 1920, no meio duma violenta perseguição.</div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; "><br /></div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; ">Ao [Concílio] Vaticano I chegaram inúmeras petições de consagração do mundo ao Sagrado Coração de Jesus [por exemplo, a do episcopado francês ou 700 mil assinaturas de Espanha]. A idéia recebeu acolhida da Santa Sé e foi difundida por toda parte. Será Leão XIII quem realize este gesto em 1899. Esta dimensão social da devoção ao Sagrado Coração está intimamente ligada à exaltação de Cristo Rei.</div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; "><br /></div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; ">[...] Já Pio VII tinha projetado [entre 1800 e 1823] a criação duma espécie de ordem militar com a finalidade de fazer reinar a justiça e a religião, das que pudessem formar parte todos os homens de boa vontade, também os não católicos, que estariam subordinados ao Papa em quanto chefe da Igreja e vigário do Rei de reis e Dominador dos príncipes. Para o Pontífice só n'Ele, no Rei do céu, pode-se restaurar uma sociedade despedaçada.</div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; "><br /></div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; ">É significativo que o primeiro esquema de De Ecclesia do [Concílio] Vaticano I, realizado entre 1869 e 1970, iniciara Cum Rex pacificus.</div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; "><br /></div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; ">Muitos sacerdotes e leigos, tendo presente esta posição colocaram seu trabalho apostólico ao serviço do Reino de Cristo, como o jesuíta, Henri Ramière, [autor de O Reino de Jesus Cristo na historia, de 1863], co-fundador com o padre Francois-Xavier Gautrelet do movimento do Apostolado da Oração e da revista Le messager du Coeur de Jèsus.</div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; "><br /></div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; ">[...] O Adveniat Regnum Tuum, converteu-se no lema de muitos fundadores de congregações religiosas como o padre Emanuel d'Alzon, fundador dos Agostinhos Assuncionistas; o padre Pietro Giuliano Eymard, fundador dos Sacerdotes do Santíssimo Sacramento e das Escravas do Santíssimo Sacramento; o padre Léon Dehon, fundador dos Sacerdotes do Sagrado Coração; o padre José Gras y Granollers, fundador das Filhas de Cristo Rei; e o pároco Pedro Legaria Armendáriz, fundador das Escravas de Cristo Rei. [Na fundação de suas obras exprimiam explicitamente o desejo de contribuir] ao Reinado Social de Cristo, ao Reino do Sagrado Coração.</div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; "><br /></div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; ">Estes fundadores e seus movimentos foram muito além das instituições e das congregações religiosas nascidas deles; intervieram na vida pública; escrevem livros, fundam jornais e revistas, escolas, obras sociais, associações e confraternidades leigas. Usaram todos os meios a seu dispor para comunicar esta experiência. Reivindicaram a liberdade de ensino e de imprensa para os católicos, fundaram grupos de leigos dispostos a lutar por estar liberdades e de intervir nas questões sociais. Trabalharam em estreita relação uns com os outros. Fizeram-se amigos e ajudaram-se mutuamente [...] e todos exprimiram sua fidelidade ao Papa.</div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; "><br /></div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; ">Este movimento nasceu da experiência do encontro com Cristo, e sublinhou o Mistério Eucarístico, a salvação oferecida a todos simbolizada no Coração Traspassado e a humanidade encarnada do Redentor.</div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; "><br /></div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; ">Os gestos de consagração do mundo ao Coração de Jesus pretenderam ser uma confissão pública do fato de Cristo ser a origem e principio de tudo perante uma sociedade edificada numa mítica autonomia humana absoluta. Isto é afirmado na consagração da Bélgica ao Sagrado Coração, em 1869, e na de Equador, promovida pelo presidente Gabriel García Moreno, em 1873, quem pagará seu gesto com a morte [dois anos após].</div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; "><br /></div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; ">[O missionário] Daniel Comboni consagra África ao Sagrado Coração de Jesus, em 1873, e ao Sagrado Coração de Maria, em 1875, precisamente na maior capital escravista de Oriente, a cidade de El Obeid. O ato de consagração, foi redigido pelo padre Ramière.</div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; "><br /></div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; ">Leão XIII realizará o ato de consagração do gênero humano ao Sagrado Coração mediante as disposições da encíclica Annum sacrum, do 25 de maio de 1899. O caráter régio de Jesus se coloca de relevo na encíclica leonina. Cristo é o Rei do Universo, por direito de nascimento e por direito conquistado. Leão XII deseja que esta realeza seja reconhecida publicamente por todos os povos. Mulheres [contemporâneas suas] como a irmã Maria do Divino Coração (Maria Dröste zu Vischering), superiora do Recolhimento do Bom Pastor em Porto, Portugal, pediram o mesmo.</div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; "><br /></div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; ">Nasceram nesse período os Congressos Eucarísticos Internacionais por meio de uma mulher, a senhora Emilie Tamisier, com ajuda de monsenhor Louis-Gaston de Ségur. O primeiro se celebrará em Lille, [ao norte da França], em 1880.</div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; "><br /></div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; ">Alguns anos mais tarde, em pleno século XX, Pio XI ao instituir a festa [litúrgica] de Cristo Rei com a encíclica Quas Primas, do 11 de dezembro de 1925, exaltou a soberania universal de Cristo. Em 1928, na encíclica Miserentissimus reconhece e vincula a realidade de Cristo Rei ao Mistério de seu Coração Traspassado na Cruz.</div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; "><br /></div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; ">[A devoção a Cristo Rei foi afirmada ao longo de todo o século XX com o sangue dos cristão que] gritando "Viva Cristo Rei" como derradeiras palavras foram martirizados nas múltiplas perseguições anti-católicas em diversos paises, e especialmente no México e na Espanha nos anos vinte e trinta, respectivamente.</div><div style="text-align: justify;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; "><br /></div><div style="text-align: right;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; ">FIDEL GONZÁLEZ, <i>Los movimientos en la historia de la Iglesia</i>, Madrí, 1999.</div><div style="text-align: right;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; "><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">*</span></span></div><div style="text-align: right;margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; "><i><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Pantocrátor del ábside de la iglesia de San Clemente de Tahull</span></span></i><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">, detalhe, afresco de autor anônimo, Museu Nacional d'Art de Catalunya, Barcelona.</span></span></div></div>NUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2107395450506939678.post-53880397530975841222009-11-24T16:59:00.032-02:002009-11-26T04:54:11.442-02:00E seu Reino jamais será destruído<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWkOfi1vRE3r33zaxRMGDkUppuWuI1nfonMOzkw6KVd6SgG2MPBjiC0R_Zs3E1BEIDtBiOR6ZykQXWoDg6JX66lQbItm8V_nwt4YXhPFe68Y3F422EAvnmxbFN8juHCk4OEwbG8pprTT4/s1600/Pant%C3%B3crator+ou+Maest%C3%A0+del+Signore,+detalhe+de+afresco+an%C3%B4nimo,+Bas%C3%ADlica+benedettina+Sant%27Angelo+in+Formis,+Capoue,+It%C3%A1lia,+s%C3%A9culo+XI.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 259px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWkOfi1vRE3r33zaxRMGDkUppuWuI1nfonMOzkw6KVd6SgG2MPBjiC0R_Zs3E1BEIDtBiOR6ZykQXWoDg6JX66lQbItm8V_nwt4YXhPFe68Y3F422EAvnmxbFN8juHCk4OEwbG8pprTT4/s400/Pant%C3%B3crator+ou+Maest%C3%A0+del+Signore,+detalhe+de+afresco+an%C3%B4nimo,+Bas%C3%ADlica+benedettina+Sant%27Angelo+in+Formis,+Capoue,+It%C3%A1lia,+s%C3%A9culo+XI.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5408245149258863074" /></a><div style="text-align: justify;"></div><blockquote><div style="text-align: justify;">Eis que, entre as nuvens do céu, vinha um como Filho de Homem, aproximando-se do Ancião, foi conduzido à sua presença. Foram-lhe dados poder, glória e realeza, e todos os povos, nações e línguas o serviam; seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que jamais será destruído.</div><div style="text-align: justify;"></div></blockquote><div style="text-align: right;">DANIEL ou ANÔNIMO, Livro de <i>Daniel</i>, Babilônia, entre os séculos VI e II a.C. </div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">*</span></span></div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><i>Pantócrator</i> ou <i>Maestà del Signore</i>, detalhe de afresco anônimo, século XI, Basílica benedettina Sant'Angelo in Formis, Capoue, Itália.</span></span></div>NUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2107395450506939678.post-87520708812931416372009-11-24T16:58:00.032-02:002009-11-29T15:35:10.134-02:00Deste reino nunca será desterrada a cruz<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgx6gtS3NdwPN63VrV07E9mWmDlRUnfZs5VuJO_ADiXcpv837fdDGTBwuGFVaw8z4YRGIgPWP7-JCjD8CLwAA3PsTeDl0QUjgmRqrqpJBGi0Ft4_axSTGFwmMs2-1ULVwhNLyNYT9aP_IE/s1600/A+primeira+missa+no+Brasil,+pintura+de+Candido+Portinari,+1948,+colecci%C3%B3n+particular,+Rio+de+Janeiro.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 217px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgx6gtS3NdwPN63VrV07E9mWmDlRUnfZs5VuJO_ADiXcpv837fdDGTBwuGFVaw8z4YRGIgPWP7-JCjD8CLwAA3PsTeDl0QUjgmRqrqpJBGi0Ft4_axSTGFwmMs2-1ULVwhNLyNYT9aP_IE/s400/A+primeira+missa+no+Brasil,+pintura+de+Candido+Portinari,+1948,+colecci%C3%B3n+particular,+Rio+de+Janeiro.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5409002315781231058" /></a><div style="text-align: justify;"></div><blockquote><div style="text-align: justify;">Cristo impera! E o seu império é o império da paz, do amor, da misericórdia e do perdão. Aqui na terra enluarada pela visão branca do cristo, não há vencedores nem vencidos. Somos todos irmãos, filhos da mesma Pátria, membros da mesma família.</div><div style="text-align: justify;">[...] Cristo vence! E porque esta terra é sua, ela nunca será vencida pelo estrangeiro invasor, nem retalhada pela guerra civil.</div><div style="text-align: justify;">Cristo reina! E deste reino nunca será desterrada a cruz da sua e de nossa bandeira. Já hoje seria preciso um cataclismo para fazer desmoronar a montanha escarpada que transformamos em trono perpétuo do Redentor. Seria preciso calcinar o granito do Corcovado dos nossos corações.</div><div style="text-align: justify;">Seremos o doce império em que não há lugar para tiranias. Nem a tirania de capitalismos vorazes. Nem a tirania da demagogia sangrenta. Nem a tirania dos potentados. Nem a tirania do povo.</div><div style="text-align: justify;"><i>Christus vincit, Christo regnat, Christo imperat, et Brasiliam suam ab omni malo defendat!</i> Cristo vence, Cristo reina, Cristo impera, e contra todos os males defenda o Seu Brasil!</div></blockquote><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: right;">DOM SEBASTIÃO LEME, <i>Discurso de encerramento da cerimonia de entronização de Cristo Redentor no Corcovado</i>, Rio de Janeiro, 21 de outubro de 1931.</div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">*</span></span></div><div style="text-align: right;"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">A primeira missa no Brasil</span></span></i><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">, pintura de Candido Portinari, 1948, colección particular, Rio de Janeiro.</span></span></div>NUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2107395450506939678.post-20370910658140550712009-11-24T16:58:00.031-02:002009-11-29T15:32:54.216-02:00A voz da Igreja: O culto ao verdadeiro Rei<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVkr5W-LfSrph_uLNpUy9Ww_fh9I_8qNA2ktcFSDsk5vAgETzJmr1fv7lIC5LQvKl4xxNox-afcsXfzNlHMHfcK2Tz983wAQyWTX4-nw90seZXpTXgZJW9FQzd_xV_ojP2nJ03G2BAMGo/s1600/santa+faz,+georges+rouault,+museos+vaticanos.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 224px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVkr5W-LfSrph_uLNpUy9Ww_fh9I_8qNA2ktcFSDsk5vAgETzJmr1fv7lIC5LQvKl4xxNox-afcsXfzNlHMHfcK2Tz983wAQyWTX4-nw90seZXpTXgZJW9FQzd_xV_ojP2nJ03G2BAMGo/s320/santa+faz,+georges+rouault,+museos+vaticanos.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5409024777858104818" /></a><div style="text-align: justify;">1. UMA ANTIGA TRADIÇÃO. Tem sido um costume muito antigo chamar Jesus Cristo de Rei, no sentido metafórico, a causa de supremo grado de excelência que possui e que lhe coloca acima de todas as coisas criadas. Assim, se diz que reine nas inteligências dos homens, não tanto pelo sublime e altíssimo grau de sua ciência quanto porque Ele é a Verdade e porque os homens necessitam beber d’Ele e receber obedientemente a verdade. Diz-se também que reina nas vontades dos homens, não só porque n’Ele a vontade humana está inteira e perfeitamente submetida a santa vontade divina, mas porque Ele influi na nossa livre vontade e a incendeia em nobilíssimos propósitos. Finalmente, se diz com verdade que Cristo reina nos corações dos homens porque, com superabundante caridade (Ef 3,19) e com mansidão e benigdade, se faz amar pelas almas de maneira que ninguém jamais – entre todos os nascidos – há sido e nunca será amado como Cristo Jesus.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">2. REI EM SENTIDO ESTRITO. Também em sentido próprio e estrito lhe pertence a Jesus Cristo como homem o título e a potestade de Rei; pois só enquanto homem se diz de Ele que recebeu do Pai a potestade, a honra e o reino (Dan 7, 13-14); porque como Verbo de Deus, cuja substancia é idêntica ao Pai, não pode menos de ter em comum com Ele o que é próprio da divindade e, por tanto, possuir também como o Pai o mesmo império supremo e absolutíssimo sobre todas as criaturas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">3. TRÍPLICE POTESTADE. Vindo agora explicar a força e natureza deste principado e soberania de Jesus Cristo, indicaremos brevemente que contem uma tríplice potestade, sem a qual apenas se comprende um verdadeiro e próprio principado. Os testemunhos, mencionados das Sagradas Escrituras, acerca do império universal de nosso Redentor, provam mais que o suficiente quanto temos dito; e é dogma de fé católica, que Jesus Cristo foi dado aos homens como Redentor, em quem deve confiar, e como legislador a quem deve obedecer (Concílio de Trento, sessão 6 canone 21.). Os santos Evangelhos não só narram que Cristo legislou, mas apresenta-se também legislando. Em diferentes circunstâncias e com diversas expressões disse o Divino Mestre que quem guardar seus preceitos demonstrará que lhe ama e permanecerá nele sua caridade (Jn 14, 15; 15, 10.). O mesmo Jesus, ao responder aos judeus, que lhe acusavam de haver violado o sábado com a maravilhosa cura do paralítico, afirma que o Pai lhe havia dado a potestade judicial, porque o Pai não julga ninguém, se não que deu todo o poder de julgar a seu Filho (Jn 5, 22), no qual se compreende também seu direito de premiar e castigar os homens, ainda durante sua vida mortal, porque isso não se pode separar do juízo, ademais, deve atribuir a Jesus Cristo a potestade chamada de executiva, posto que é necessário que todos obedeçam a seu mandato, potestade que inflige castigos aos rebeldes, aos que ninguém pode subtrair.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">4. REI DO AMBITO ESPIRITUAL. Sem dúvida os textos que temos citado da Escritura demonstra evidentíssimamente, o mesmo Jesus Cristo confirma com seu modo de trabalhar, que este reino é principalmente espiritual e se refere as coisas espirituais. Com efeito, em várias ocasiões, quando os judeus, e ainda os mesmo apóstolos, imaginaram erroneamente que o Messias devolveria a liberdade ao povo e restabeleceria o reino de Israel, Cristo lhes pagou e arrancou esta vã esperança. Assim mesmo, quando ia ser proclamado Rei pela multidão, que, cheia de admiração, o rodeava, Ele recusou o título de honra fugindo e escondendo da solenidade. Finalmente, na presença do governador romano manifestou que seu reino não era deste mundo. Este reino está demonstrado nos evangelhos com tais características, que os homens, para entrar nele, devem preparar-se fazendo penitência e não podem entrar se não pela fé e o batismo, o qual, ainda que seja um rito externo, significa e produz a regeneração interior. Este unicamente se opõe ao reino de satanás e a potestade das trevas; e exige de seus súditos não só que, despegadas suas almas das coisas e riquezas terrenas, guardem os ordenados costumes e tenham fome e sede de justiça, se não também que se neguem a si mesmo e tomem sua cruz<span class="Apple-style-span">. Tendo feito Cristo, Redentor, resgatado a Igreja com seu Sangue e oferecendo-se que se renova cada dia perpetuamente, quem não vê que a dignidade real do Salvador se reveste e participa da natureza espiritual de ambos ofícios?</span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"></span>5. REI DO AMBITO TEMPORAL. Por outra parte, erraria gravemente aquele que negasse a Cristo-Homem o poder sobre todas as coisas humanas e temporais, pois que o Pai lhe confiou um direito absolutismo sobre as coisas criadas, de tal sorte que todas estão submetidas ao seu arbítrio. Enquanto viveu sobre a terra se absteve inteiramente de exercitar seu poder, e assim como desprezou a posição e o cuidado das coisas humanas, assim que também permitiu, e segue permitindo, que os possuidores delas as utilizem.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">6. CONTRA O LAICISMO. E agora mandamos que Cristo Rei seja honrado por todos os católicos do mundo, com isso proveremos também as necessidades dos tempos presentes, e ofereceremos um remédio muito eficaz a peste que hoje infecciona a humana sociedade. Julgamos peste de nosso tempo ao chamado laicismo com seus erros e abomináveis intentos; e vós sabeis, veneráveis irmãos, que tal impiedade não apareceu em um só dia, se não que está a muito tempo dentro da sociedade. Começou-se por negar o império de Cristo sobre todas as gentes; se negou a Igreja o direito, fundado no direito mesmo de Cristo de ensinar o gênero humano, isto é, de dar leis e dirigir os povos para conduzi-los a eterna felicidade. Depois, pouco a pouco, a religião cristã foi igualada com as demais religiões falsas e rebaixada indecorosamente ao nível destas. Se a submeteu logo ao poder civil e a arbitrária permissão dos governantes e magistrados. E se avançou mais: houve alguns destes que imaginaram substituir a religião de Cristo com certa religião natural, com certos sentimentos puramente humanos. Não faltaram Estados que creram poder passar sem Deus, e pusseram sua religião na impiedade e no desprezo de Deus.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: right;">PAPA PIO XI, encíclica <i>Quas primas</i>, Nos. 6, 13-15, 23.</div><div style="text-align: right;">Roma, 11 de Dezembro de 1925.</div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">*</span></span></div><div style="text-align: right;"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Santa faz</span></span></i><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">, Georges Rouault, 1946, Museo Vaticano de Arte Moderna, Vaticano.</span></span></div></div>NUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2107395450506939678.post-76471907929212669012009-11-24T16:57:00.023-02:002009-11-28T02:33:32.827-02:00Traz escrito no manto Rei dos reis e Senhor dos senhores<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUtEoQtN9erFv_B7lD_-W-WIVYFiFgKMv83t0OAmtX4z46bWl0oyi4eKulVIwv1RWx2xQC9NixsaewpM-OG-MswSKTba3OInRYMHe2QYPO7-qaivwJGEXiXvrb2IK8VcqEUBf0gYfJ-Tk/s1600/Cristo+y+los+Doce+Apostoles,+artista+espa%C3%B1ol+desconocido,+1100,+Museo+Nacional+de+Arte+de+Catalu%C3%B1a,+Barcelona.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 269px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUtEoQtN9erFv_B7lD_-W-WIVYFiFgKMv83t0OAmtX4z46bWl0oyi4eKulVIwv1RWx2xQC9NixsaewpM-OG-MswSKTba3OInRYMHe2QYPO7-qaivwJGEXiXvrb2IK8VcqEUBf0gYfJ-Tk/s400/Cristo+y+los+Doce+Apostoles,+artista+espa%C3%B1ol+desconocido,+1100,+Museo+Nacional+de+Arte+de+Catalu%C3%B1a,+Barcelona.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5408320592456644018" /></a><div style="text-align: justify;"><blockquote>Jesus Cristo é a testemunha fiel, primogênito dentre os mortos e soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, que nos lavou de nossos pecados no seu sangue e que fez de nós um reino de sacerdotes para Deus e seu Pai, glória e poder pelos séculos dos séculos! [...] Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que vem, o Dominador. [...] Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome é Verbo de Deus. Seguiam-no em cavalos brancos os exércitos celestes, vestidos de linho fino e de uma brancura imaculada. De sua boca sai uma espada afiada, para com ela ferir as nações pagãs, porque ele deve governá-las com cetro de ferro e pisar o lagar do vinho da ardente ira do Deus Dominador. Ele traz escrito no manto e na coxa: Rei dos reis e Senhor dos senhores!</blockquote></div><div style="text-align: right;">SÃO JOÃO, <i>Apocalipse</i>, Patmos, final do século I.</div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">*</span></span></div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><i>Frontal d'altar de la Seu d'Urgell </i>ou <i><span class="Apple-style-span" style="font-style: normal; "><i>dels Apòstols</i>, pintura de autor anônimo, primeira metade do século XII, Museo Nacional de Arte de Cataluña, Barcelona.</span></i></span></div>NUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2107395450506939678.post-85057802698367292232009-11-24T16:57:00.016-02:002009-11-26T04:55:57.960-02:00Jesus de Nazaré, o Basileus<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQ8Nkb7Q-AzvEhFJLpmFeCNZlcc1Y4YBQedl52jSnIX3IFteteylLG1C2FK106XmwdGb4d1Fc9DFoHUKdBAySbfy_dh0l1tBGxBGhlJJpbolQe2uWqiG7KZUcnpF-RjaOXpEzvFP56_iw/s1600/Cristo+Rei+de+reis+ou+Basileus,+icone+de+Alexander+Kazantsev,+1690,+Catedral+da+Natividade+da+Virgem+Maria,+Murom,+R%C3%BAssia.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 259px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQ8Nkb7Q-AzvEhFJLpmFeCNZlcc1Y4YBQedl52jSnIX3IFteteylLG1C2FK106XmwdGb4d1Fc9DFoHUKdBAySbfy_dh0l1tBGxBGhlJJpbolQe2uWqiG7KZUcnpF-RjaOXpEzvFP56_iw/s320/Cristo+Rei+de+reis+ou+Basileus,+icone+de+Alexander+Kazantsev,+1690,+Catedral+da+Natividade+da+Virgem+Maria,+Murom,+R%C3%BAssia.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5408301075082913362" /></a><div style="text-align: justify;">Os [quatro] evangelistas caracterizam a pregação de Jesus como Evangelho... Recentemente, tem-se traduzido por “boa-nova”; isso soa bem, no entanto permanece muito longe da ordem de grandeza que a palavra Evangelho carrega. Esta palavra pertence à linguagem do imperador romano, que se entende como senhor do mundo e como seu redentor, como seu salvador. As mensagens que vinham do imperador chamavam-se Evangelho, independentemente do fato de o seu conteúdo ser alegre e agradável. O que vem do imperador –esta era a idéia– é uma mensagem redentora, não uma simples notícia, mas uma mudança do mundo para o bem.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Se os evangelistas tomam esta palavra de tal modo que ela se tornou o conceito genérico para os seus escritos, querem assim dizer: o que o imperador, que se fazia passar por Deus, sem razão pretendia, isso acontece aqui: mensagem cheia de poder, que não é simples discurso, mas realidade. No vocabulário atual da teoria da linguagem se poderia dizer: o Evangelho não é um discurso puramente informativo, mas “performativo”, não simples comunicação, mas ação, força eficaz que entra no mundo [...] aqui acontece verdadeiramente o que o imperador podia afirmar, mas não realizar. Porque aqui entra em ação o verdadeiro Senhor do mundo, o Deus vivo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O conteúdo central do Evangelho diz: o Reino de Deus está próximo. É colocada uma marca no tempo, algo de novo acontece. E é exigida uma resposta do homem a esta oferta: conversão e fé. O centro deste anuncio é a mensagem da proximidade do Reino de Deus.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">[...] A partir da leitura das suas palavras, Orígenes caracterizou Jesus como a <i>a</i><i>utobasiléia</i>, isto é, como o Reino de Deus em pessoa. Jesus mesmo é o “Reino”; o Reino não é uma coisa, não é um espaço de domínio como um reino do mundo. É pessoa: o Reino é Ele. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">[...] Orígenes, no seu escrito sobre a oração, diz: “quem reza pela chegada do Reino de Deus, reza sem dúvida pelo Reino de Deus que ele já leva em si mesmo, e pede para que este reino produza frutos e para que chegue a sua plenitude. Pois em cada homem santo, Deus domina”.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">[...] No termo “Reino de Deus” a palavra hebraica que se encontra aqui subjacente –<i>malkut</i>– designa, como também a palavra grega <i>Basiléia</i>, a função de soberania, a condição de senhor que era própria do rei. Não se trata, portanto, de um reino iminente ou a constituir-se, mas sim da realeza de Deus sobre o mundo, a qual de um modo novo se torna acontecimento na história... deste modo a tradução “Reino de Deus” é insuficiente, pois seria melhor se se falasse da condição <i>senhorial</i> de Deus ou da soberania de Deus.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;">JOSEPH RATZINGER - BENTO XVI, <i>Jesus de Nazaré</i>, Roma, 2007.</div><div style="text-align: right;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Tradução: José Jacinto Ferreira de Farias</span></i></div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">*</span></span></div><div style="text-align: right;"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Cristo Rei de reis </span></span></i><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">ou</span></span><i><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Basileus tôn basileôn</span></span></i><span class="Apple-style-span" style="color:#666666;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">, icone de Alexander Kazantsev, 1690, Catedral da Natividade da Virgem Maria, Murom, Rússia.</span></span></div>NUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2107395450506939678.post-69072681448445690902009-11-24T16:56:00.309-02:002009-11-29T15:47:14.302-02:00A cruz agora é o trono, o estandarte do Rei<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi93_-ytrlnjQEJSdPUPyo5iRm8oUaRosbMAmMZIQLmgheeWUudnQUW2Ia9UZD4v-4uSGk-BSLIpVf_ScvdSH6pMx7VK6GNBszY_42l6IjoMbP95MiBAzz4Rrp-ZJmcB6bFeMHF3wavdew/s1600/The+Crucifixion,+pintura+de+Thomas+Eakins,+1880,+Philadelphia+Museum+of+Art,+Filad%C3%A9lfia,+Pensilv%C3%A2nia.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 223px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi93_-ytrlnjQEJSdPUPyo5iRm8oUaRosbMAmMZIQLmgheeWUudnQUW2Ia9UZD4v-4uSGk-BSLIpVf_ScvdSH6pMx7VK6GNBszY_42l6IjoMbP95MiBAzz4Rrp-ZJmcB6bFeMHF3wavdew/s400/The+Crucifixion,+pintura+de+Thomas+Eakins,+1880,+Philadelphia+Museum+of+Art,+Filad%C3%A9lfia,+Pensilv%C3%A2nia.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5408231491290893874" /></a><span id="fullpost"><div><div style="text-align: right;"><div style="text-align: right; "><i>“Postula a me, et dabo tibi gentes hæreditatem tuam”.</i></div>Salmo 2, 8.<br /></div></div><div class="MsoNormal"><br /><o:p></o:p></div><div class="MsoNormal"><div style="text-align: justify;">E os filhos do reino se alegram porque já não estão sós. Realizou-se a Promessa. São a herança do Pai.<br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i>“Adveniat regnum tuum”</i> (Mt 6, 10) – Cada dia se aproxima mais e mais o reino esperado. Os filhos do reino se unem ao Rei. Seus dias já não são de exílio. Eles vivem no exílio, mas o seu exílio está cheio de Presença.<br /></div></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p></o:p><br /></div><div class="MsoNormal"><div style="text-align: justify;">Eles têm saudades da Pátria, mas eles já podem cantar o canto novo porque um Rei lhes foi dado. <i>“Dominará de mar a mar e desde o rio até as extremidades da terra”</i> (Sl 72, 8)</div><div style="text-align: justify;"><br />A unidade primitiva fora estabelecida. Os deserdados do Pai e com eles toda a criação já não constituem mais o exércitos rebelde, disperso, sem chefe. Um rei assume o cetro. Um Deus se incarna. É o Homem Deus. O Maranatha secular, grito de angústia da humanidade decaída, é ouvido. Ele veio. O povo amaldiçoado é agora o seu povo. “Ele é dos nossos”. Vive a mesma vida daqueles que são seus irmãos.<br /><br />Contradição para os judeus, escândalo para os gentios. Os profetas anunciavam a vinda do Rei. <i>“Não é este o filho do carpinteiro?” </i>(Mt 13.55). Decepção dolorosa para muitos. E a Promessa? Como reinará no trono de Davi, como governará a casa de Jacó?<br /></div></div><div class="MsoNormal"><div style="text-align: justify;">- Impossível. Não pode ser este o Ungido esperado.<br /></div></div><div class="MsoNormal"><div style="text-align: justify;">E muitos o abandonam.<br /></div></div><div class="MsoNormal"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mas o Monarca continua a construir o seu reino. <i>“Regnum meum non est hunc”<span style="font-style: normal;">(Mt 18, 36). Muitos são os chamados, poucos são os escolhidos. A turba imensa que o acompanha não lhe pode compreender a linguagem. </span>“Como é dura esta linguagem” <span style="font-style: normal;">(Jo 6, 60).</span></i><br /></div></div><div class="MsoNormal"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O seu reino se afirma. <span lang="IT"><i>“Beati oculi qui vident quae vos videtis</i><span lang="IT">. </span><i>Muitos profetas e reis desejaram ver o que vedes e não viram”</i> (Lc 10, 23-24). O seu reino começa a ser descoberto pelos pescadores incultos. Serão os primeiros pregadores da Palavra do Rei. Contraste estupendo. Afirmação mais positiva da presença do Espírito. Afirmação mais positiva do <i>regnum meum non est hunc</i>.</span><br /></div></div><div class="MsoNormal"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">E os contrates se multiplicam. O Rei é condenado, o Rei do maior império, rei dos Reis.<br /></div></div><div class="MsoNormal"><div style="text-align: justify;">- Tu és Rei?<br /></div><div style="text-align: justify;"><i>Ego sum <span style="font-style: normal;">(Jo 18, 37).</span></i><br /></div><div style="text-align: justify;"><i></i><br /></div></div><div class="MsoNormal"><div style="text-align: justify;">Palavras de um Deus, afirmação tremenda. Realidade forte demais para ser compreendida pelo intelecto humano. E os filhos do reino são confundidos no Mistério. O Rei toma a sua cruz, patíbulo infamante.</div></div><div class="MsoNormal"><div style="text-align: justify;">- Como interpretar o Salmista?<br /></div></div><div class="MsoNormal"><div style="text-align: justify;"><i>“Todos os reis da terra o adorarão” </i>(Sl 72, 11). <i>“Eu o estabeleci Rei sobre Sion, sobre a montanha Santa” </i>(Sl 2, 6).<br /></div></div><div class="MsoNormal"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O Rei dos judeus morre como um condenado. Providencialmente, encimando a cruz, as iniciais I.N.R.I. afirmam a realeza. E o reino prometido a Abraão e à sua posteridade? As profecias? Como deviam estar decepcionados aqueles que esperavam a realização da Promessa. Pobre discípulo de Emaús, como lhes estava velada a Escritura. Mas o Mestre se apresenta. E seus olhos se abrem. Maravilha grandiosa. O mistério é luz. Arrebata. Cristo ressuscitou. Aleluia.<br /><br />O Rei venceu a morte. O Rei venceu as trevas. Qual outro rei poderia fazer? A humanidade estava resgatada. O reino era agora compreendido. Os filhos vencerão a morte. Eles cantam: Aleluia! A cruz agora é o trono da glória. É o estandarte do Rei. <i>Vexilla Regis</i>.<br /><br />Na cruz reinou o Cristo. Da cruz nasceu a igreja. Igreja a esposa do Rei. E desde então <i>“tudo é vosso, vós sois de Cristo e Cristo é de Deus”</i>(1 Cor 3, 22-23). A Igreja soberana universal, a <i>Regina Mater</i>, não se esquece do Rei.<br /><br />Diariamente pelos lábios dos filhos, quando o dia não é dia ainda, uma voz se faz ouvir em matinas: <i>“Vinde, adoremos o Rei dos Apóstolos, dos Mártires, dos Confessores, das Virgens”</i>. Em Laudes ela presta homenagem ao Rei cantando seus salmos regios: <i>“Dominus regnavit, decorem indutus est” </i>(Sl 93, 1). <i>“Jubilate Deo omnis Terra” </i>(Sl 66, 2). Em Prima: <i>“Ao Rei imortal honra e glória” (</i>1 Tm 1,17). E, em todas as horas, o <i>Adveniat regnum tuum</i>, do <i>Pater Noster</i>.<br /></div></div><div class="MsoNormal"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O sacrifício que oferece diariamente ao Pai é a melhor dádiva real, é o próprio Rei. Assim como no seu <i>Opus Dei</i>, no ofício de cada dia, o sentido da realeza do Cristo é vivido com intensidade, assim no seu ciclo litúrgico a Igreja comemora em épocas diversas, a festa do Rei.<br /></div></div><div class="MsoNormal"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em Natal, celebra o <i>Rex pacificus</i>, em Epífania, a manifestação ao rei dos povos. E a Teofania. A festa do <i>Kyrios</i>. Ele recebe as primícias da adoração do mundo. Na Páscoa, Ascensão, Transfiguração ele vive o mistério do Cristo vencedor, do Cristo glorioso, do Cristo Rei Pontífice.<br /></div></div><div class="MsoNormal"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Sentido fortíssimo de <i>“Vós sois um povo escolhido, uma raça santa, um sacerdócio real” </i>(1 Pd 2, 9). Mas os filhos do Rei se vão esquecendo de sua dignidade. É preciso que, zelosa, a Mãe os faça tomar consciência novamente de sua realeza. E é por isso que, no reinado de Pio XI, mais uma festa surge no calendário da Igreja. É agora, no último domingo [do Ano Litúrgico], nós os filhos do reino, celebramos a festa de Cristo Rei. É a nossa festa.<br /></div></div><div class="MsoNormal"><div style="text-align: justify;"><o:p></o:p><br /></div></div><div class="MsoNormal"><div style="text-align: justify;">Precisamos despertar. Já não somos escravos e nem simples libertos. Somos herdeiros. À destra do Pai, no seu trono de glória está um dos nossos, está aquele a quem todo o poder foi dado no Céu e na Terra a cujo nome todos os joelhos se dobram. Voltemos a viver como reis e então nos serão dadas a justiça e a equidade. Restauremos em nós estas realidades supremas.</div></div><div class="MsoNormal"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Preparamos-nos para a festa do Cordeiro. Ele é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a fortaleza e a honra (intróito). É João que nos fala na sua visão apocalíptica: <i>“</i><i>E a toda criatura que há, a todos ouvi dizer: Ao que está sentado no trono e ao Cordeiro, louvor, honra, glória e poder pelos séculos dos séculos</i><i>”</i> <o:p>(Ap 5, 13).</o:p><br /></div></div><div class="MsoNormal"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mergulhemo-nos no Mistério, vivamos o Mistério. Cristo é Rei. Aprendamos com a igreja, Esposa Imaculada, a esperar as bodas eternas, as núpcias do Rei. <i>Regnum qui non erit finis...</i><br /><i></i><br /><div style="text-align: right;">ANÔNIMO, artigo publicado na revista <i>A Ordem</i>, com o titulo <i>Cristo Rei</i>, sem assinatura, Rio de Janeiro, outubro de 1941.<br /></div><div style="text-align: right;"><span style="color:#666666;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">*</span></span><br /></div><div style="text-align: right;"><span style="color:#666666;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><i>The Crucifixion</i>, pintura de Thomas Eakins, 1880, Philadelphia Museum of Art, Filadélfia, Pensilvânia.</span></span><br /></div></div></div></span>NUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2107395450506939678.post-5395810281306187152009-11-24T16:56:00.307-02:002009-11-26T04:52:56.296-02:00No meio de todas as batalhas...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkPVoU3FFQuqsbsMIxDrgep1KKWX-R0X4vfd1JanOI5hjT3gRLqi0Tz1MZNf3m-h9qQ7MtZL6YYcyPxyiDnaDOVdvwO6jle1pQMADloA7wv4Xcx4DtqXowJNa7W3JGYrJHaYN985EtEOI/s1600/Blessed+Father+Miguel+Pro,+detalhe+3,+pintura+de+Neilson+Carlin,+2007,+Capela+de+Our+Lady+of+Guadalupe,+La+Crosse,+Wisconsin.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkPVoU3FFQuqsbsMIxDrgep1KKWX-R0X4vfd1JanOI5hjT3gRLqi0Tz1MZNf3m-h9qQ7MtZL6YYcyPxyiDnaDOVdvwO6jle1pQMADloA7wv4Xcx4DtqXowJNa7W3JGYrJHaYN985EtEOI/s320/Blessed+Father+Miguel+Pro,+detalhe+3,+pintura+de+Neilson+Carlin,+2007,+Capela+de+Our+Lady+of+Guadalupe,+La+Crosse,+Wisconsin.jpg" /></a><br /></div><blockquote><div style="text-align: justify;">De pé brava juventude da minha Pátria! Que aí, no cruzamento tormentoso de todos os riscos estejas presente [...] Que aí acima dos punhos crispados dos verdugos se te veja levantar os braços e juntar tuas duas mãos com as duas mãos de Cristo, molhadas no sangue de todas Suas batalhas, e que de esta imensa embriaguez com Cristo, no meio da luta, saiam a Igreja e a Pátria, resgatadas, radiantes e rejuvenescidas [...] Que se te veja sempre com os braços erguidos no meio da batalha em todos os domínios –imprensa, cátedra, literatura, oratória, filosofia, doutrinas, sistemas, política, arte –, e que si chegas tombar depois de deixar uma dinastia firme enraizada na roça, tenhas por sudário glorioso –como Cristo- as cicatrizes de uma luta espantosa. Assim, acima do derrocamento, dos despojos e da pusilanimidade dos nossos valores atuais, passarão os cascos dos corcéis dos ginetes audazes da reconquista.<br /></div></blockquote><div style="text-align: right;"><div style="text-align: right;">ANACLETO GONZÁLEZ FLORES, <i>Tu serás Rey</i>, Guadalajara, primeira edição sem data, redigido entre 1923 e 1926.</div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Tradução: Diego de Jesús Hernández.</span><br /></div></div><div style="text-align: right;"><span style="color:#666666;"><span style="font-size:x-small;">*</span></span><br /></div><div style="text-align: right;"><i><span style="color:#666666;"><span style="font-size:x-small;">Blessed Father Miguel Pro</span></span></i><span style="color:#666666;"><span style="font-size:x-small;">, detalhe, pintura de Neilson Carlin, 2007, Capela de Our Lady of Guadalupe, La Crosse, Wisconsin.</span></span><br /></div>NUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2107395450506939678.post-31000896107200557462009-06-21T18:59:00.004-03:002009-10-06T16:53:01.717-03:00PÓRTICO: A Ideologia Azul<div style="TEXT-ALIGN: justify"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi80KTnnEdRLAJU04mhBSZwqA2WVjCpRPbau-p8KozmNSlvgR85piiq9blnkKld5BOTVc6kXBJw1IHfQ6QhLNPKtYXl38JxvgR9X9hd-1-ortf9YZd-iVP1oc_WwEPa1UqeBhUTHFlollQ/s1600-h/Dividing+and+transforming,+Haeley+Kyong,+2004,+Franklin+Lakes,+New+Jersey.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5351208835139550546" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 395px; CURSOR: pointer; HEIGHT: 397px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi80KTnnEdRLAJU04mhBSZwqA2WVjCpRPbau-p8KozmNSlvgR85piiq9blnkKld5BOTVc6kXBJw1IHfQ6QhLNPKtYXl38JxvgR9X9hd-1-ortf9YZd-iVP1oc_WwEPa1UqeBhUTHFlollQ/s400/Dividing+and+transforming,+Haeley+Kyong,+2004,+Franklin+Lakes,+New+Jersey.jpg" border="0" /></a>O Liberalismo configurou - progressivamente - a face do Ocidente durante três séculos. O colapso do império soviético (1989-1991) levou alguns a pensarem que presenciávamos o "fim da história" com o triunfo definitivo da ideologia liberal e com a expansão total do chamado "mundo livre". Não foi assim, hoje a ordem mundial gestada pelos liberais está em crise e novos socialismos se fortalecem à sombra do “sadio egoísmo individual”. A Igreja viu sempre no Liberalismo um adversário e o combateu, tanto como ao Socialismo. Apresentamo-lhes neste número uma síntese das idéias liberais num texto do filósofo argentino Carlos Alberto Sacheri, assassinado ao sair da Missa pelo Ejercito Revolucionario del Pueblo, na véspera do Natal de 1974. Uma avaliação crítica desta ideologia é oferecida numa seleção de textos do Magistério, cabe destacar a aguda dissecção que Leão XIII faz dos diversos tipos de liberalismos em <span style="FONT-STYLE: italic">Libertas praestantissimum</span>. Do poeta uruguaio Mario Benedetti - militante de esquerda - é o engraçado e perspicaz poema "dialogado" dedicado a como amam e desamam <span style="FONT-STYLE: italic">os-que-todo-tem</span> e <span style="FONT-STYLE: italic">os-que-nada tem</span>. Dois textos abordam a herança <span style="FONT-STYLE: italic">rousseauniana</span> que se encontra no âmago do liberalismo político, um do ex-prefeito de Florença, Giorgio La Pira, atualmente em processo de beatificação, e outro de Peter Drucker, austríaco naturalizado estadounidense, <span style="FONT-STYLE: italic">guru</span> da gestão organizacional; este último aponta as raízes liberais dos totalitarismos modernos. Para concluir, publicamos um texto do ex-vice presidente e atual senador Marco Maciel, católico declarado, em que defende sua adesão ao liberalismo. Não concordamos com sua posição ideológica, mas consideramos sua análise relevante para entender porque alguns católicos se engajam nesta corrente .<br />Boa Leitura.<br /></div><br /><div style="TEXT-ALIGN: right">OS EDITORES<br /></div><span id="fullpost"><br /></span>NUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2107395450506939678.post-29157916339122908572009-06-21T18:59:00.003-03:002009-07-17T19:20:03.132-03:00A liberdade exaltada e absolutizada<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAL1Dsh5XSpOXAXVysoeTI90gtgU0wiOBk4sMRU_CGJO2o5V5KwfwPo_moqoT0UELUiq-D8bSGclDeL_QnlNBnaOwRvhVRvJiwbbScyqNBUfq6AH6mo8_ut2SHEtofA_KTDnmH_Od8Sz4/s1600-h/portrait+madame+josette+gris,+juan+gris,+1916.jpg"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 254px; height: 380px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAL1Dsh5XSpOXAXVysoeTI90gtgU0wiOBk4sMRU_CGJO2o5V5KwfwPo_moqoT0UELUiq-D8bSGclDeL_QnlNBnaOwRvhVRvJiwbbScyqNBUfq6AH6mo8_ut2SHEtofA_KTDnmH_Od8Sz4/s400/portrait+madame+josette+gris,+juan+gris,+1916.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5351084643797682226" border="0" /></a>Uma das principais correntes que caracterizam a cultura moderna é o chamado liberalismo. Como a sua etimologia indica, a doutrina liberal tem por essência propiciar a exaltação da liberdade humana.<br /></div><div><div style="text-align: justify;"><br />A Igreja sempre rechaçou o liberalismo em numerosos documentos, condenando formalmente suas teses mais graves. O Pontífice Pio IX condenou 80 proposições e teses heréticas em sua encíclica <span style="font-style: italic;">Quanta Cura</span> com <span style="font-style: italic;" class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_0">Syllabus</span> em anexo, a 8 de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_1">dezembro</span> de 1864, reiterando as advertências que o mesmo havia formulado em 32 documentos anteriores. A quase totalidade das teses condenadas tem sido defendida por diversos autores de inspiração liberal.<br /><br />A atitude da Igreja frente aos erros do liberalismo foi constante e reiterada em inumeráveis textos do Magistério. Desde a carta <span style="font-style: italic;" class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_2">Quod</span><span style="font-style: italic;"> </span><span style="font-style: italic;" class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_3">Aliquantum</span>, em 10 de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_4">março</span> de 1791, de Pio VI, [passando pela carta <span style="font-style: italic;">Libertas praestantissimum</span>, em 20 de junho de 1888, de Leão XIII que trata específicamente do tema], até a recente carta <span style="font-style: italic;" class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_5">Octogesima</span><span style="font-style: italic;"> </span><span style="font-style: italic;" class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_6">Adveniens</span>, de Paulo VI ao cardeal <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_7">Maurício</span> Roy, em 14 de maio de 1971, a coerência doutrinal dos documentos pontifícios é invariável em seu conteúdo ao longo desses dois séculos.<br /><br />Quais são os motivos de tal severidade por parte da Igreja,frente a uma doutrina que dominou as nações do Ocidente durante quase três séculos? Uma consideração atenta dos principais aspectos da ideologia liberal nos permitirá compreender as razões do constante combate que a Igreja assumiu heroicamente, com todos os riscos que corre, com todos os mártires que conta em suas fileiras.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Fontes doutrinais</span><br />A corrente liberal teve particular vigência durante os séculos XVIII e XIX. Através do processo revolucionário francês de 1789 – que constituiu a primeira Revolução internacional – se estendeu rapidamente pelos países europeus, e logo foi difundida pelos exércitos <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_8">napoleônicos</span> nos países da <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_9">Hispanoamérica</span>. Desde o final do século XIX, o liberalismo clássico foi <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_10">adotando</span> posturas mais matizadas, diante da tremenda evidência de caos social e <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_11">econômico</span> causado na Europa pela aplicação de seus princípios.<br /><br />As raízes doutrinais da corrente liberal podem sintetizar-se em quatro principais: 1) o nominalismo do século XIV, com sua negação da universalidade do conhecimento e sua ênfase no individual; 2) o racionalismo do século XVI com sua exaltação absoluta da razão humana; 3) o iluminismo que deu lugar ao livre-pensamento e à moral relativista. A eles deve somar-se o influxo do protestantismo, sobretudo em sua versão <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_12">calvinista</span>, que fomentou – como o provam os estudos de [<span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_13">Ernest</span>] <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_14">Troelsch</span>, [Richard Henry] <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_15">Tawney</span>, [<span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_16">Werner</span>] <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_17">Sombart</span>, [<span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_18">Hillaire</span>] <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_19">Belloc</span> e Max Weber em <span style="font-style: italic;">A ética protestante e o espírito do capitalismo</span>, de 1904.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">O humanismo liberal</span><br />Desde o ponto de vista filosófico, o liberalismo considera a liberdade como a essência mesma da pessoa, desconhecendo que os <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_20">atos</span> humanos são sinais livres enquanto supõe uma guia ou orientação da razão.<br /><br />O homem é considerado como naturalmente bom e justo, possuidor de uma liberdade absoluta, que não reconhece limite algum. O “<span style="font-style: italic;">bom selvagem</span>” <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_21">rousseauniano</span> é o arquétipo do indivíduo independente e soberano, incapaz de malícia alguma. É bom pelo simples fato de ser homem, sem que sua perfeição requeira uma educação, um esforço ou uma decisão pessoais.<br /><br />Na medida do exercício pleno de sua independência, o ser humano está chamado a um progresso indefinido e necessário, tanto intelectual como moral. No plano da conduta, o sujeito não pode estar submetido a regulação ética alguma que não provenha da negação de toda ordem <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_22">objetiva</span> de valores.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">A economia liberal</span><br />O liberalismo <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_24">econômico</span> centra tudo na iniciativa e no interesse individual. Adam Smith fala do “<span style="font-style: italic;">sadio egoísmo individual</span>” como motor do dinamismo <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_25">econômico</span>. A única lei fundamental é a lei da oferta e da demanda; respeitando-a cabalmente se produzirá espontaneamente a harmonia dos interesse particulares.<br /><br />Esta concepção visa o lucro, a ganância pela ganância mesma, o <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_26">caráter</span> de fim último da economia. O desejo do lucro não reconhece limitação de nenhum tipo moral nem religioso. O direito de propriedade é exaltado como direito absoluto, de modo tal que o dono pode chegar até a destruição do bem que possui, em nome de seus direitos; não se assegura à propriedade nenhuma função social.<br /><br />O trabalho humano – em particular, o do trabalhador braçal – é assimilado a uma função de menor valor, <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_27">objeto</span> de compra-venda no mercado, com esquecimento total da dignidade própria do assalariado. O salário, submetido à <span style="font-style: italic;">Lei de bronze</span>, só leva em conta o indivíduo que trabalha e não a sustentação da família.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">A sociedade e o estado</span><br />Em razão de postular que só o respeito à liberdade absoluta de cada cidadão assegura automaticamente a harmonia dos interesses particulares, o liberalismo suprime todos os grupos e instituições existentes entre os indivíduos e o Estado.<br /><br />É assim que a família se vê gravemente <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_29">afetada</span> pela introdução do divórcio, pela total liberdade de designar herdeiros, pela divisão do <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_30">patrimônio</span> familiar. Assim também, a <span style="font-style: italic;">Lei de Lê </span><span style="font-style: italic;" class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_31">Chapelier</span> (1791) suprimiu todas as organizações artesanais e profissionais existentes na França, proibindo toda forma de reunião e de associação, pelas considerações <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_32">atentatórias</span> da liberdade individual.<br /><br />O Estado, definido como ditatorial por natureza, é relegado a mero protetor da liberdade e da propriedade de cada cidadão; em virtude do “<span style="font-style: italic;" class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_33">laissez</span><span style="font-style: italic;"> </span><span style="font-style: italic;" class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_34">passer</span><span style="font-style: italic;">, </span><span style="font-style: italic;" class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_35">laissez</span><span style="font-style: italic;"> </span><span style="font-style: italic;" class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_36">faire</span>”, a autoridade política carece de toda função positiva.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">A moral e o direito</span><br />Dado que o indivíduo é <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_37">autônomo</span>, não reconhece outras normas a que ele mesmo se dita. Todos os valores morais se reduzem ao <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_38">domínio subjetivo</span>, razão pela qual o que um concebe como <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_39">reto</span> e justo não tem por que razão ser admitido pelos demais.<br /><br />Assim como a moral se separa totalmente da religião, o direito se separa da moral (positivismo jurídico). Todo direito é <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_40">subjetivo</span> e não reconhece outra regra senão a vontade dos sujeitos que livremente fazem acordo de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_41">convênios</span>, contratos, sociedades.<br /><br />Em nome do sufrágio universal e da soberania popular, a democracia liberal expressa na forma de lei o que os indivíduos decidem. O direito positivo não reconhece nenhuma dependência com relação ao direito natural, e se exige em princípio a separação total entre Igreja e Estado, sem colaboração.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Cultura e religião</span><br />Esta exaltação dos valores individuais também <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_42">afeta</span> o plano da cultura, que é concebido como uma <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_43">atividade</span> <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_44">autônoma</span>, desvinculada dos valores éticos. O culto da “arte pela arte” é uma expressão concreta de tal atitude.<br /><br />No plano religioso, o liberalismo conduziu primeiramente ao indiferentismo e, logo, ao ateísmo. Seu naturalismo integral seculariza tudo. A religião se reduz a sentimentos <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_45">subjetivos</span>, separados das <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_46">atividades</span> diárias.<br /><br />Esse ateísmo prático se traduz no laicismo educativo e social, que elimina toda referência ao transcendente e exalta a liberdade de consciência e de cultos. O recente Concílio [Vaticano II] definiu claramente esta concepção: “Os que professam este ateísmo afirmam que a essência da liberdade consiste em que o homem é o fim de si mesmo, é único artífice e criador de sua própria história”.<br /><br />O exposto mostra claramente que a ideologia liberal elabora uma concepção da pessoa humana e das relações sociais em aberta oposição ao sentido [cristão] da vida.<br /><br /></div><div align="justify"> </div><div align="right">CARLOS ALBERTO <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_47">SACHERI</span>, <span style="font-style: italic;" class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_48">El</span><span style="font-style: italic;"> ordem natural</span>, Buenos Aires, 1974.<br />Tradução de Diego da Silva.<br /></div><br /></div>NUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2107395450506939678.post-43701804230340391242009-06-21T18:59:00.001-03:002009-07-17T19:24:13.833-03:00A voz da Igreja: a Ideología Azul<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhIqhqeelzVieoixJI-QlxaeHAP5TvfqQrQv8CZO43nnBVBtIBETaQz-hrv4RThagV8ZrgGe3_1Tc1NZ1yVqBLMJTioGdXIUcmAckzsdurMGyG898ysQZNsB3k6_ZABJPCqOR1xaLDGLY/s1600-h/Blue+stripes,+Kathryn+Crocker,+sd,+London.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 204px; height: 204px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhIqhqeelzVieoixJI-QlxaeHAP5TvfqQrQv8CZO43nnBVBtIBETaQz-hrv4RThagV8ZrgGe3_1Tc1NZ1yVqBLMJTioGdXIUcmAckzsdurMGyG898ysQZNsB3k6_ZABJPCqOR1xaLDGLY/s320/Blue+stripes,+Kathryn+Crocker,+sd,+London.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5351106066370614130" border="0" /></a>1.<span style="font-weight: bold;"> LIBERDADE SEM LIMITES</span>. [A primeira Constituição da França, depois da Revolução Francesa] estabelece como um direito humano na sociedade a liberdade absoluta.<br />[...] Mas o que poderia ser mais insensato, do que estabelecer entre os homens essa igualdade e essa liberdade sem limites, que reprime a razão – o mais precioso dom natural dado ao homem e que o distingue dos animais?<br />[...] Depois de haver criado o homem em um lugar provido com coisas deleitáveis, Deus não o ameaçou com a morte se comesse a fruta da árvore do bem e do mal? E com essa primeira proibição Ele não estabeleceu limites para a sua liberdade?<br />[...] O homem deve usar sua razão antes de tudo para mostrar-se agradecido ao seu Soberano Criador, para honrá-lo e admirá-lo, e para submeter toda a sua pessoa a Ele. [...] Deve ordenar sua vida de acordo com as leis da razão, da sociedade e da religião.<br /><div style="text-align: right;"><br />PAPA PIO VI, <span style="font-style: italic;">Quod aliquantum</span>, Nos. 7-8,<br />Roma, 10 de Março de 1791.<br /></div><br />2. <span style="font-weight: bold;">DE RAÍZ NATURALISTA</span>. Em nosso tempo há não poucos que, aplicando à sociedade civil o ímpio e absurdo princípio chamado de <span style="font-style: italic;">naturalismo</span> [pano de fundo do liberalismo], atrevem-se a ensinar que a perfeição dos governos e o progresso civil exigem imperiosamente que a sociedade humana se constitua e se governe sem preocupar-se em nada com a religião, como se esta não existisse, ou, pelo menos, sem fazer distinção nenhuma entre a verdadeira religião e as falsas. [...] Quando na sociedade civil é desterrada a religião e ainda repudiada a doutrina e autoridade da mesma revelação, também se obscurece e até se perde a verdadeira ideia da justiça e do direito, em qual lugar triunfam a força e a violência, claramente se vê por que certos homens, depreciando em absoluto e desejando a um lado os princípios mais firmes da sã razão, se atrevem a proclamar que a vontade do povo manifestada pela chamada opinião pública ou de outro modo, constitui uma suprema lei, livre de todo direito divino ou humano; e que na ordem política os fatos consumados, pelo mesmo que são consumados, têm já valor de direito. Mas, quem não vê e não sente claramente que uma sociedade, subtraída as leis da religião e da verdadeira justiça, não pode ter outro ideal que acumular riquezas, nem seguir mais lei, em todos seus atos, que um insaciável desejo de satisfazer a concupiscência indomável do espírito servindo tão somente a seus próprios prazeres e interesses?<br /><br /><div style="text-align: right;">PAPA PIO IX, <span style="font-style: italic;">Quanta Cura, </span>Nos. 3 e 4,<br />Roma, 8 de Dezembro de 1864.<br /></div><br /></div><div class="post-body" id="post-4122440963607128907"><div style="text-align: justify;">3. <span style="font-weight: bold;">O RETO CONCEITO DE LIBERDADE</span>. A liberdade, excelente bem da natureza, próprio e exclusivo dos seres dotados de razão, confere ao homem uma dignidade em virtude da qual ele é colocado entre as mãos do seu alvedrio e se torna senhor de seus atos. Mas, o principalmente importante nesta prerrogativa é a maneira como ela se exerce, porque do uso da liberdade nascem os maiores males, assim como os maiores bens. Sem dúvida, está no poder do homem obedecer à razão, praticar o bem, caminhar direito ao seu fim supremo. Mas pode também seguir outra direção diferente, e, seguindo espectros de bens falazes, destruir a ordem legítima e correr para uma perdição voluntária.<br />[...] A liberdade, portanto, é, como temos dito, herança daqueles que receberam a razão; e esta liberdade, examinando-se a sua natureza, outra coisa não é senão a faculdade de escolher entre os meios que conduzem a um fim determinado. É neste sentido que aquele que tem a faculdade de escolher uma coisa entre alguma outra, é senhor de seus atos. [...] A escolha é sempre precedida dum juízo sobre a verdade dos bens e sobre a preferência que devemos conceder a um deles sobre os outros. Ora, julgar é da razão, não da vontade; não se pode razoavelmente duvidar disto. Admitido, pois, que a liberdade reside na vontade, que por sua natureza é um apetite obediente à razão, segue-se que ela, como a vontade, tem por um bem conforme à razão.<br /><br />4.<span style="font-weight: bold;"> </span><span style="font-weight: bold;">LIBERALISMO DE PRIMEIRO GRAU</span>. O naturalismo e o racionalismo na filosofia, coincidem com o liberalismo na moral e a política, pois os liberais introduzem nos costumes e na prática da vida os princípios postos pelos partidários do naturalismo. Ora, o princípio de todo o racionalismo é a supremacia da razão humana, que, recusando a obediência devida à razão divina e eterna e pretendendo não depender senão de si mesma, se arvora em princípio supremo, fonte e juiz da verdade. Tal é a pretensão dos defensores do liberalismo, de que Nós falamos: não há, na vida prática, nenhum poder divino ao qual se tenha de obedecer, mas cada um é para si sua própria lei. Daí procede essa moral que se chama independente, e que, sob a aparência da liberdade, afastando a vontade da observância dos preceitos divinos, conduz o homem a uma licença ilimitada.<br />[...] Uma vez fixada essa convicção no espírito de que ninguém tem autoridade sobre o homem, a conseqüência é que a causa eficiente da comunidade civil e da sociedade deve ser procurada, não num princípio exterior ou superior ao homem, mas na livre vontade de cada um, e que o poder público dimana da multidão como sendo a sua primeira fonte; além disso, tal como a razão individual é para o indivíduo a única lei que regula a vida particular, a razão coletiva deve sê-lo para a coletividade na ordem dos negócios públicos; daí o poder pertence ao número, e as maiorias criam o direito e o dever.<br />[...] Estes princípios estão em contradição com a razão. [...] Se o homem faz depender só e unicamente do juízo da razão humana o bem e o mal, suprime a diferença essencial entre o bem e o mal; o honesto e o desonesto já não diferem na realidade, mas somente na opinião e no juízo de cada um: o que agrada será permitido. [...] Nos negócios públicos, o poder de governar separa-se do princípio verdadeiro e natural que lhe dá toda a sua força para procurar o bem comum; a lei que determina o que se deve fazer e o que é necessário evitar é abandonada aos caprichos da maioria, que é o mesmo que preparar o caminho à dominação tirânica.<br /><br />5.<span style="font-weight: bold;"> </span><span style="font-weight: bold;">LIBERALISMO DE SEGUNDO GRAU</span>. É certo que nem todos os defensores do liberalismo concordam com estas opiniões. Constrangidos mesmo pela força da verdade, muitos deles não hesitam em reconhecer, confessam-no até espontaneamente, que, entregando-se a tais excessos, com desprezo da verdade e da justiça, a liberdade se vicia e degenera abertamente em licença, sendo necessário, portanto, que ela seja dirigida e governada pela reta razão, e, por conseqüência, que se submeta ao direito natural e à lei divina e eterna. Mas julgam dever parar aqui, e não admitem que o homem livre deva submeter-se às leis que a Deus apraz impor-nos por uma outra via que não a razão natural.<br /><br />6.<span style="font-weight: bold;"> </span><span style="font-weight: bold;">LIBERALISMO DE TERCEIRO GRAU</span>. Outros são um pouco mais moderados, mas sem serem mais conseqüentes consigo mesmos. Segundo estes, as leis divinas devem regular a vida e o modo de proceder dos particulares, mas não o dos Estados; é permitido, nas coisas públicas, desviar-se das ordens de Deus e legislador sem as ter em conta alguma. Donde nasce esta perniciosa conseqüência da absoluta separação da Igreja e do Estado.<br />[...] O poder civil e o poder sagrado, conquanto não tenham o mesmo fim e não marchem pelos mesmos caminhos, devem contudo encontrar-se algumas vezes, no desempenho das suas funções. Ambos, com efeito, exercem a sua autoridade sobre os mesmos súditos e, mais duma vez, sobre as mesmas matérias, embora sob pontos de vista diferentes. O conflito, nesta ocorrência, seria absurdo e repugnaria inteiramente à infinita sabedoria dos conselhos divinos. Deve, portanto, necessariamente haver um meio, um processo para fazer desaparecer as causas de conflitos e lutas, e estabelecer o acordo na prática. E este acordo não é sem razão que foi comparado à união que existe entre a alma e o corpo, e isto para maior vantagem de ambos, pois a separação é particularmente funesta ao corpo, porque o priva da vida.<br /><br />7.<span style="font-weight: bold;"> </span><span style="font-weight: bold;">A IGREJA DEFENSORA DA LIBERDADE</span>. Há um grande número de homens que crêem que a Igreja é adversária da liberdade humana. [...] Perante os ataques dos heréticos e dos fautores de novas opiniões, a Igreja tem tomado a liberdade sob a sua proteção e tem salvado da ruína este grande bem do homem [...] A história testemunha a energia com que repeliu os esforços insanos dos Maniqueus e outros; e, em tempos mais recentes, ninguém ignora com que zelo e força, quer no Concílio de Trento, quer mais tarde contra os sectários de Jansênio, ela combateu pela liberdade do homem, não deixando, em nenhum tempo e lugar, tomar incremento ao fatalismo. [...] Basta lembrar a escravidão, essa velha vergonha das nações pagãs, que os seus esforços e principalmente a sua feliz intervenção fizeram desaparecer. O equilíbrio dos direitos, como a verdadeira fraternidade entre os homens, foi Jesus Cristo quem primeiro a proclamou; e à sua voz respondeu a dos seus Apóstolos, declarando que não há nem judeu, nem grego, nem bárbaro, mas que todos são irmãos em Cristo.<br /><br /><div style="text-align: right;">PAPA LEÃO XIII, <span style="font-style: italic;">Libertas praestantissimum</span><span style="font-style: italic;"></span>, Nos. 1, 5, 9, 12-14,<br />Roma, 20 de Junho de 1888.<br /></div><br />8. <span style="font-weight: bold;">O LIBERALISMO PREPAROU O CAMINHO DO COMUNISMO</span>. Mas, para mais facilmente se compreender como é que puderam conseguir que tantos operários tenham abraçado, sem o menor exame, os seus sofismas, será conveniente recordar que os mesmos operários, em virtude dos princípios do liberalismo econômico, tinham sido lamentavelmente reduzidos ao abandono da religião e da moral cristã. Muitas vezes o trabalho por turnos impediu até que eles observassem os mais graves deveres religiosos dos dias festivos; não houve o cuidado de construir igrejas nas proximidades das fábricas, nem de facilitar a missão do sacerdote; antes pelo contrário, em vez de se lhes pôr embargo, cada dia mais e mais se foram favorecendo as manobras do chamado laicismo.<br /><br /><div style="text-align: right;"> PAPA PIO XI, <span style="font-style: italic;">Divini Redemptoris</span>, No. 16,<br />Roma, 19 de Março de 1937.<br /></div><br />9. <span style="font-weight: bold;">O LIBERALISMO, UMA AFIRMAÇÃO ERRÔNEA DA AUTONOMIA</span>. Também para o cristão é válido que, se ele quiser viver a sua fé numa ação política, concebida como um serviço, não pode, sem se contradizer a si mesmo, aderir a sistemas ideológicos ou políticos que se oponham radicalmente, ou então nos pontos essenciais, à sua mesma fé e à sua concepção do homem: nem à ideologia marxista, ou ao seu materialismo ateu, ou à sua dialética da violência, ou, ainda, àquela maneira como ele absorve a liberdade individual na coletividade, negando, simultaneamente, toda e qualquer transcendência ao homem e à sua história, pessoal e coletiva, nem à ideologia liberal, que crê exaltar a liberdade individual, subtraindo-a a toda a limitação, estimulando-a com a busca exclusiva do interesse e do poderio e considerando, por outro lado, as solidariedades sociais como conseqüências, mais ou menos automáticas, das iniciativas individuais e não já como um fim e um critério mais alto do valor e da organização social.<br />[...] Por outro lado, assiste-se também a uma renovação da ideologia liberal. Esta corrente procura afirmar-se tanto em nome da eficiência econômica, como para defender o indivíduo contra a ação cada vez mais invasora das organizações, como, ainda, contra as tendências totalitárias dos poderes políticos. E certamente que a iniciativa pessoal é de conservar e de desenvolver. Mas, os cristãos que se comprometem nesta linha não terão também eles tendência para idealizar o liberalismo, o qual se torna então uma proclamação em favor da liberdade? Eles quereriam um modelo novo, mais adaptado às condições atuais, esquecendo facilmente de que, nas suas próprias raízes, o liberalismo filosófico é uma afirmação errônea da autonomia do indivíduo, na sua atividade, nas suas motivações e no exercício da sua liberdade. Isto equivale a dizer que a ideologia liberal exige igualmente da parte deles um discernimento atento.<br />[...] Nesta estimativa renovada das ideologias, [...] contornando, pois, todo e qualquer sistema, sem por outro lado deixar de se comprometer concretamente, ao serviço dos seus irmãos, o cristão deve procurar afirmar, no âmago mesmo das suas opções, aquilo que é específico da contribuição cristã, para uma tranformação positiva da sociedade.<br /><br /><div style="text-align: right;">PAPA PAULO VI, <span style="font-style: italic;">Octagesima adveniens</span>, Nos. 26, 35 e 36,<br />Roma, 14 de Maio de 1971.<br /></div><br /></div></div>NUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2107395450506939678.post-51795710064748291682009-06-21T18:58:00.004-03:002009-06-25T10:54:51.613-03:00Vocês quando amam...<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHLAqL-1zAgN_qVe2LY9QXZoZ7nKyZAOJVEDsChfIn7lrab0IZTHfrWiy7OVlRXEfbCRDhApjoo1sALBsuwS2tqa6gpLW5rrNjmC_jlGixX04bFGPvUQUHuwgneSYeOlvUP9RP5YbfZYg/s1600-h/Portrait+Adele+Bloch-Bauer+I,+Gustav+Klimt,+1907,+Neue+Galerie,+New+York.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 397px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHLAqL-1zAgN_qVe2LY9QXZoZ7nKyZAOJVEDsChfIn7lrab0IZTHfrWiy7OVlRXEfbCRDhApjoo1sALBsuwS2tqa6gpLW5rrNjmC_jlGixX04bFGPvUQUHuwgneSYeOlvUP9RP5YbfZYg/s400/Portrait+Adele+Bloch-Bauer+I,+Gustav+Klimt,+1907,+Neue+Galerie,+New+York.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5351206053261482434" border="0" /></a><br />Vocês quando amam<br />exigem bem-estar<br />uma cama de cedro<br />e um colchão especial<br /><div style="text-align: right;">Nós quando amamos<br /></div><div style="text-align: right;">é fácil de combinar<br />com lençóis que bom<br />sem lençóis dá igual<br /></div>Vocês quando amam<br />calculam interesse<br />e quando se desamam<br />calculam outra vez<br /><div style="text-align: right;">Nós quando amamos<br />é como renascer<br />e se desamámos<br />não passamos bem<br /></div>Vocês quando amam<br />são de outra magnitude<br />há fotos fofoca imprensa<br />e o amor é um boom<br /><div style="text-align: right;">Nós quando amamos<br />é um amor comum<br />tão simples e tão saboroso<br />como ter saúde<br /></div>Vocês quando amam<br />consultam o relógio<br />porque o tempo que perdem<br />vale meio milhão<br /><div style="text-align: right;">Nós quando amamos<br />sem pressa e com fervor<br />fruímos e resulta<br />econômica a função<br /></div>Vocês quando amam<br />ao psicanalista vão<br />ele é quem determina<br />se fazem-no bem o mal<br /><div style="text-align: right;">Nós quando amamos<br />sem tanta pequenez<br />o subconsciente pira<br />se põe a desfrutar<br /></div>Vocês quando amam<br />exigem bem-estar<br />uma cama de cedro<br />e um colchão especial<br /><div style="text-align: right;">Nós quando amamos<br />é fácil de combinar<br />com lençóis que bom<br />sem lençóis dá igual<br /></div><br /><div style="text-align: right;">MARIO BENEDETTI, poema <span style="font-style: italic;">Ustedes y nosotros</span><em></em>, do livro <em><span style="font-style: italic;">Poemas de otros</span></em>,<br />Montevidéu, 1974.</div>NUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2107395450506939678.post-81931738492968209202009-06-21T18:57:00.001-03:002009-07-17T19:28:51.002-03:00Nos antípodas do cristianismo...<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4MgNS5P-b0LND4Swfv3heaDZ9fIQebDCjBjmQZJUwLCkIJ7Hq0_vXC4DvuvHQENwWeWJecr2tCNjUy9FgPm96jBN5y_oH-Mo9NsFwuhkNiyTX8LMfLAt_MQZyMJTQ4SU5zLsnQ0st-kE/s1600-h/%C3%89mile+ou+de+l%27%C3%A9ducation,+Jean-Jacques+Rousseau,+1762%E2%80%A8.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 315px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4MgNS5P-b0LND4Swfv3heaDZ9fIQebDCjBjmQZJUwLCkIJ7Hq0_vXC4DvuvHQENwWeWJecr2tCNjUy9FgPm96jBN5y_oH-Mo9NsFwuhkNiyTX8LMfLAt_MQZyMJTQ4SU5zLsnQ0st-kE/s400/%C3%89mile+ou+de+l%27%C3%A9ducation,+Jean-Jacques+Rousseau,+1762%E2%80%A8.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5351217747254887906" border="0" /></a>O homem é bom por natureza. O homem é livre. Que significa isto? Significa que é autônomo; significa que é a lei de si próprio, que a vontade não está sujeita a leis externas (heteronomia); move-se por impulsos interiores, e, quando se move por impulso interior, move-se bem e afirma assim a sua liberdade. [...] Este dogma é a pedra angular de todo o edifício metafísico e político de [Jean-Jacques] Rousseau.<br /></div><div><div style="text-align: justify;"><br />O probema do homem está todo aqui: conservar quanto possível, incorrupta – isto é, quanto possível, desvinculada de qualquer lei externa – esta liberdade. Pode dizer-se: o fim do homem está na sua expansão livre, sem controle externo, da sua pessoa.<br /><br />Terríveis conseqüências as destes postulados! Estamos exatamente nos antípodas do cristianismo. O homem é livre – esta proposição é verdadeira, compreende-se até para o cristianismo – mas o Homem está também manchado pela culpa. Portanto, não bastam a lei interior e o impulso interior da consciência para dar à liberdade uma orientação verídica, para dirigir para o bem os instintos e as paixões; é preciso uma lei externa que sirva de controle e de guia à consciência; é preciso, sobretudo, a graça reparadora de Deus que permite à vontade alcançar o bem!<br /><br />Duas liberdades, portanto, radicalmente distintas: uma, a de Rousseau, dissociada da graça e da lei; outra, a cristã, integrada na graça e na lei. E estes dois tipos de liberdade têm reflexos de incalculável alcance no corpo social.<br /><br />Da liberdade de Rousseau derivam – embora sem subavaliar certos elementos preciosos sobre o tema do homem – os males piores de que sofrem a civilização e a sociedade do nosso tempo; a "liberdade" econômica – isto é, a economia subtraída ao controle e direção da ética – produziu a cisão social entre capitalismo e proletariado; a "liberdade" política – isto é, a liberdade subtraída ao controle e direção da ética – produziu, internamente, a tirania da maioria e a desarticulação do corpo social (porque despedaçou a sua organicidade); a própria liberdade política produziu, na vida internacional, a desagregação da unidade das nações; a liberdade individualista produziu o enfrentamento do vínculo familiar e das normas fundamentais da ética cristã.<br /><br />Em suma, se subtrairmos a liberdade à lei e à graça, teremos como resultado aquilo que acontece em física quando um corpo é subtraído à lei da gravitação: a fora centrífuga não contrabalançada pela centrípeta, produz efeitos terríveis! Um astro que já não é capaz de se mover na sua órbita.<br /><br /><div style="text-align: right;">GIORGIO LA PIRA, <span style="font-style: italic;">Per un'architettura cristiana dello Stato</span>, Florencia, 1954.<br />Tradução de Vasco de Sousa.<br /></div></div><span id="fullpost"><br /></span></div>NUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2107395450506939678.post-19761108992625703102009-06-21T18:56:00.001-03:002009-07-17T19:51:24.097-03:00Na raíz dos totalitarismos<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiG-DR9H30FRtY0Bzcn78eN3lsHvTR5OaG_kDjB_9XdNcUHPdPPv7MG42jwjn3mieMnRE47eeEPROEO5q9OG46DARnUiZwquGBxfUxotEJkzqLsWZzD0bIj3PCMAGYXP-ecdI8KsmJKdEM/s1600-h/Hitler+Gang,+1944.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 272px; height: 395px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiG-DR9H30FRtY0Bzcn78eN3lsHvTR5OaG_kDjB_9XdNcUHPdPPv7MG42jwjn3mieMnRE47eeEPROEO5q9OG46DARnUiZwquGBxfUxotEJkzqLsWZzD0bIj3PCMAGYXP-ecdI8KsmJKdEM/s400/Hitler+Gang,+1944.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5351231850192415170" border="0" /></a>É tido quase como um axioma na literatura política e histórica nossa liberdade ter raízes no Iluminismo e na Revolução Francesa. Essa crença é de tal modo generalizada, sua aceitação tão completa que os descendentes do racionalismo do século XVIII apropriaram-se da palavra Liberdade, denominando-se liberais.<br /></div><div><div style="text-align: justify;"><br />Não se pode negar que o Iluminismo e a Revolução Francesa contribuíram para a liberdade no século XIX. Mas essa contribuição foi totalmente negativa, dinamitando e varrendo para longe o entulho da antiga estrutura. Em nada contribuíram para os fundamentos da nova estrutura de liberdade sobre os quais foi construída a ordem social no século XIX. Ao contrario: o Iluminismo, a Revolução Francesa e os movimentos que se sucederam, até o liberalismo racionalista de nossos dias, são incompatíveis com a liberdade. Fundamentalmente, o liberalismo racionalista é totalitário.<br /><br />E todos os movimentos totalitários dos dois últimos séculos da história ocidental nasceram do liberalismo dessa época. Há uma linha reta que liga [Jean-Jacques] Rousseau a [Adolf] Hitler – uma linha que abrange [Maximilien] Robespierre, [Karl] Marx e [Joseph] Stalin. Todos surgiram da falência do liberalismo racionalista de suas épocas. Todos conservaram a essência de seus respectivos credos liberais, e usaram o mesmo mecanismo para converter o totalitarismo latente e ineficaz do racionalismo, no totalitarismo evidente e eficaz do despotismo revolucionário. Longe de serem as raízes da liberdade, o Iluminismo e a Revolução Francesa representam as sementes do despotismo totalitário que hoje ameaça o mundo.<br /><br />Constatar que a razão humana é absoluta foi a grande descoberta do Iluminismo. Nela basearam-se não só as doutrinas liberais subseqüentes, mas também todas as doutrinas totalitárias que se seguiram a Rousseau. Não foi por acaso que Robespierre criou a Deusa da Razão; seu simbolismo era mais imperfeito do que o dos revolucionários que se seguiram mas, na realidade, não muito diferente. Tampouco foi casual o fato de a Revolução Francesa ter escolhido uma pessoa viva para desempenhar o papel da Deusa Razão. Toda a filosofia racionalista é baseada no fato de que ela atribui a perfeição da razão absoluta a homens vivos. Os símbolos e lemas mudaram. A posição de ser supremo ocupado pelo “filósofo cientista” em 1750, cem anos depois foi ocupada pelo sociólogo e seu utilitarismo econômico. Hoje, foi substituída pelo “psicobiólogo científico” e seu determinismo quanto à raça e à propaganda. Hoje, porém, lutamos basicamente contra o mesmo absolutismo autoritário que foi formulado pelos iluministas e enciclopedistas – os racionalistas de 1750 – e que primeiramente nos conduziu à tirania revolucionária do Terror de 1793.<br /><br />Deve-se compreender que nem tudo que é chamado de liberalismo é, necessariamente, uma doutrina absolutista. É verdade que todos os movimentos liberais contêm as sementes da filosofia totalitária – assim como todos os movimentos conservadores tendem a se tornar reacionários. No continente europeu nunca houve movimentos ou partidos liberais que não fossem totalitários em suas crenças fundamentais. Nos Estados Unidos, o elemento totalitário teve forte representação desde o início – baseado tanto na influência européia quanto na tradição puritana. E, desde a última guerra [II Guerra Mundial], o liberalismo se tornou absolutista em todos os lugares. Hoje é fato, embora com reservas, que o liberal, no que se refere a suas convicções objetivas, é um absolutista.<br /><br />O fato do racionalismo ser objetivamente incompatível com a liberdade é uma negação da boa fé do individuo liberal. Sem duvida, o liberal racionalista acredita sinceramente que ele, e apenas ele, defende a liberdade e se opõe à tirania. Também não há duvida de que ele abomina subjetivamente a tirania do totalitarismo e tudo o que ele representa.<br /><br />[...] O liberal racionalista considera sua função se opor às injustiças, superstições e preconceitos de sua época. Mas essa oposição à injustiça é apenas parte da hostilidade geral para com todas as instituições da sociedade, inclusive as livres e justas.<br /><br />Os iluministas, por exemplo, derrubaram os privilégios aristocratas, a servidão e a intolerância religiosa. Eles também destruíram a autonomia das províncias e o controle dos governos locais; e nenhum pais do continente europeu conseguiu se recuperar totalmente desse sopro de liberdade. Eles atacaram os abusos, os privilégios e a opressão do clero, diminuíram a importância das igrejas da Europa, submetendo-as à autoridade administrativa do governo e fizeram o possível para privar a vida religiosa de sua autonomia social e moral. E toda a intensidade do desprezo iluminista foi dirigida contra os tribunais independentes e contra o direito consuetudinário.<br /><br />[...] O racionalista liberal fracassou em todos os lugares onde chegou ao poder. [...] É impossível explicar um registro tão extraordinário e consistente de fracassos como tendo sido causado pelas circunstâncias ou por acidentes. A verdadeira razão é que o liberalismo racionalista está condenado à esterilidade política por sua própria natureza.<br /><br />[...] Todos os dogmas básicos do liberalismo racionalista durante os últimos cento e cinqüenta anos não foram apenas irracionais, mas basicamente anti-racionais. Isso foi verdade no racionalismo filosófico dos iluministas que proclamava a racionalidade absoluta do homem e no racionalismo utilitarista da geração de 1848 que viu na ganância do indivíduo o mecanismo pelo qual a “mão invisível” da natureza promovia o bem comum. E é particularmente verdade no racionalismo liberal do século XX que considera o homem determinado psicológica e biologicamente. Cada um desses princípios nega não só o livre-arbítrio, como também a razão humana. E cada um desses princípios pode ser transformado em ação política apenas pela força e por um governante absolutista.<br /><br />Porem o liberal racionalista não admite esse fato. Ele precisa sustentar que seus princípios são racionais e que podem tornar-se eficientes por meios racionais. Ele sustenta como um dogma que seus princípios são racionalmente evidentes.<br /><br />[...] Em pleno Iluminismo, Rousseau deu o passo fatal do racionalismo e da pretensa racionalidade rumo ao totalitarismo, abertamente irracional e anti-racional. Não há o pretexto de que a “vontade geral” é racionalmente determinável ou racionalmente realizável. Trata-se confessadamente de um irracionalismo que desafia a análise racional e que se situa fora e além da compreensão racional. Ele existe - mas como, onde, porquê, ninguém sabe. Ele precisa prevalecer- naturalmente, visto que é perfeito e absoluto. Quem quer que esteja de posse da razão, quem quer que compreenda a vontade suprema da sociedade, tem o direito e, é claro, o dever de impô-la igualmente à maioria, à minoria e aos indivíduos. A liberdade reside somente na perfeita realização da <span style="font-style: italic;">volonté générale</span>.<br /><br />[...] É verdade que Rousseau insistiu na pequena unidade da cidade-estado, com sua democracia direta e não representativa, como única forma perfeita de governo. E ele estabeleceu o direito inalienável de o indivíduo discordar, abandonando a sociedade, o que foi considerado uma indicação de um desejo de liberdade individual. Porém, em um mundo como o de meados do século XVIII, em que essas condições eram tão pouco prováveis de se realizar, elas dificilmente poderiam ter sido consideradas como algo além de prelúdios românticos, em um mundo que, de fato, era obstinadamente realista e desprovido de romantismo. Por outro lado, a “oferta” feita por Hitler aos judeus para eles emigrarem também poderia ser considerada “liberdade”.<br /><br />[...] Marx deu um passo a mais que Rousseau. Em 1848, o liberalismo racionalista estava destruído. [... Os liberais tiveram] o poder nas mãos durante a queda da monarquia reacionária na França, Áustria, Alemanha e Espanha e, sem exceção, mostraram-se totalmente incapazes de fazer algo com o poder, exceto perdê-lo outra vez.<br /><br />Marx converteu o liberalismo racionalista de sua época em uma força politicamente poderosa [...] ; ele conservou o absoluto dos liberais contemporâneos, a tese que vê o homem como Homem Econômico. Mas eliminou o racionalismo que esperava a realização da sociedade econômica perfeita a partir da ação econômica livre e racional do indivíduo. Em seu lugar, divulgou um principio irracional: o da determinação da ação humana pela condição de classe do indivíduo. [...] Marx conservou o materialismo dos utilitaristas; mas substituiu a inevitável harmonia pela igualmente inevitável luta de classes.<br /><br />[...] Marx preparou as grandes massas para o totalitarismo, deixou-as prontas para aceitar a lógica das idéias absolutistas. [...] Ele também legou para o totalitarismo de nosso tempo o molde e a estrutura das idéias e do pensamento político. O que Marx fez com o fracassado liberalismo da sua época – o liberalismo dos economistas clássicos e dos utilitaristas – Hitler fez com o racionalismo abalado de nossa época – o dos cientistas e psicólogos naturalistas.<br /><br />As raízes do nazismo encontram-se no determinismo biológico que se iniciou com [Charles] Darwin. [...] Nos sessenta anos transcorridos entre "A origem das espécies" e a Grande Guerra de 1914-18, a explicação do homem como ser psicobiológico foi gradativamente adotada como base para o liberalismo racionalista europeu.<br /><br />[...] Em 1900, a crença no determinismo psicológico começava a se tornar popular e substituía o desgastado determinismo econômico. Nas esferas sociais e políticas, a mudança se tornou perceptível aproximadamente na mesma época com o agravamento do anti-semitismo.<br /><br />[Depois da Primeira Guerra Mundial] o nazismo tomou o determinismo biológico e a explicação psicológica do homem e os apresentou como princípios absolutos. Ao mesmo tempo, declarou perfeitos aqueles que entendiam a “raça” e a “propaganda” e lhes conferiu direito à liderança política e ao controle absoluto e incontestável.<br /><br />[...] A base do hitlerismo – assim como dos totalitarismos anteriores – foi fornecida já pronta pelos liberais racionalistas. O método foi usado duas vezes antes com grande sucesso e Hitler lhe acrescentou um cinismo moral impraticável nas épocas de Rousseau e Marx.<br /><br />[...] Resumindo, quando o Iluminismo começou a desmoronar, Rousseau substituiu a perfeição racionalmente atingível pela “vontade geral” irracional e até mística. Quando o liberalismo racionalista pós-napoleônico dos utilitaristas e economistas ortodoxos ruiu nas fracassadas revoluções de 1848, Marx substituiu seus princípios absolutos racionalistas pela perfeição irracional do proletariado e pela inevitabilidade da sociedade sem classes. E quando o determinismo racionalista psicobiológico da ciência moderna, de Darwin, Freud e dos behavioristas fracassou sob o impacto da Guerra Mundial e da depressão, Hitler se apropriou dos princípios defendidos por biólogos e psicólogos no irracionalismo da raça e da propaganda.<br /><br />Nenhum dos totalitaristas modificou os elementos principais, Rousseau manteve as crenças do Iluminismo referentes à natureza do homem e da sociedade. Marx extraiu dos economistas ortodoxos a afirmativa de que o homem é basicamente um animal econômico. Hitler afirma juntamente com biólogos e psicólogos que o homem é basicamente glândulas, hereditariedade e impressões nervosas.<br /></div><br /><div style="text-align: right;">PETER FERDINAND DRUCKER, <span style="font-style: italic;">The future industrial man</span>, New York, 1942.<br />Tradução de Maria Lúcia L. Rosa.<br /></div><br /></div>NUEC Núcleo Universitário de Estudos Católicoshttp://www.blogger.com/profile/05035379780908493188noreply@blogger.com0